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Cabo Verde declina participação na Cimeira Rússia-África “em protesto contra guerra” na Ucrânia

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Cabo Verde declinou participar da cimeira Rússia-África que decorre hoje e amanhã na cidade de São Petersburgo, “em sinal de protesto” contra a guerra resultante da invasão russa ao território ucraniano a 24 de Fevereiro de 2022.

O Presidente cabo-verdiano, José Maria Neves, sublinhou ontem que o país é de paz e defende a soberania dos Estados e explicou que não vai participar na Cimeira Rússia/África em “sinal de protesto” contra a guerra na Ucrânia.

Presidente da República de Cabo Verde justifica ausência do país na Cimeira Rússia/África em São Petersburgo, que decorre hoje e amanhã.

“Cabo Verde não participou, digamos, em sinal de protesto por esta situação difícil por que passa a humanidade, sobretudo por causa desta guerra na Ucrânia”, respondeu o chefe de Estado, ao ser questionado por jornalistas à margem de um evento em Santa Catarina, na ilha de Santiago.

“É um sinal que Cabo Verde dá, porque Cabo Verde é um país de paz, que quer que os conflitos sejam resolvidos de forma pacífica, de forma negociada, e respeitamos a integridade territorial dos países e achamos que esta guerra não faz sentido […], e que devemos criar todas as condições para que haja diálogo entre as partes e que haja uma solução negociada deste conflito”, afirmou.

José Maria Neves lembrou que, desde o primeiro momento, o país condenou de forma veemente a invasão da Ucrânia pela Rússia, reforçando que Cabo Verde defende a soberania dos Estados e a integridade territorial de todos os Estados e condena qualquer intervenção.

Na manhã de ontem, o primeiro-ministro cabo-verdiano, Ulisses Correia e Silva, justificou a ausência do país da cimeira, que decorre esta semana em São Petersburgo, para não ter nenhuma acção que possa ser interpretada como apoio à invasão da Rússia à Ucrânia.

“Nós somos e fomos coerentes desde o primeiro momento, nós condenamos a invasão da Rússia à Ucrânia nos fóruns próprios a nível das resoluções da Nações Unidas e continuamos com a mesma opção de até esta guerra terminar não termos nenhuma ação que possa ser interpretada como apoio a esta invasão”, explicou.

Os presidentes Umaro Sissocó Embaló da Guiné-Bissau e Filipe Nyusi de Moçambique são os únicos chefes de Estados lusófonos confirmados na cimeira. Angola faz-se representar por uma delegação liderada pelo Ministro das Relações Exteriores, Téte António. São Tomé e Príncipe estará representado pelo embaixador acreditado em Moscovo e Lisboa.

O evento deverá ser marcado não só pela invasão da Ucrânia, mas também pela questão do acesso aos cereais russos e ucranianos (cujas vendas a África foram dificultadas ou mesmo suspensas devido à guerra), a presença do grupo paramilitar Wagner em vários países africanos, e a venda de armamento.

Na semana passada, escreve a Lusa, o Presidente da Guiné-Bissau afirmou que a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) está preocupada com a presença de mercenários do grupo russo Wagner na região, nomeadamente no Mali.

Para além dos presidentes de Moçambique e da Guiné-Bissau, estarão também presentes na cimeira os presidentes da África do Sul e do Egito; o vice-presidente da Nigéria, Kashim Shettima, e os primeiros-ministros de Marrocos, Aziz Ajanuch, e da Argélia, Aimen Benabderrahmane.

De acordo com a agência russa de notícias, a TASS, Putin terá reuniões individuais com os presidentes das Ilhas Comoros, Moçambique, Burundi, Zimbabué, Uganda e Eritreia.

O Presidente russo receberá entre esta quinta e amanhã, sexta-feira os representantes de 49 dos 54 países africanos, incluindo 17 chefes de Estado, depois de criticar aquilo que chamou de “pressões sem precedentes” por parte dos Estados Unidos e da França para os países africanos não participaram.

 

Cimeira Rússia-África arranca hoje com delegações de 49 países

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