CNE da Guiné-Bissau convoca conferência de imprensa para esta terça-feira

Cinco dias após a data prevista para o anúncio do resultado das eleições eleitorais do domingo, 23 de Novembro, a Comissão Nacional Eleitoral da Guiné-Bissau convocou para esta terça-feira, 02, uma conferência de imprensa.

O anúncio foi feito logo a seguir a um encontro à portas fechadas com uma delegação da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), que se encontra naquele país africano.

Na quarta-feira, 26, o Alto Comando Militar para Restauração de Segurança Nacional e Ordem Pública, composto por diferentes ramos das Forças Armadas, anunciou ter assumido a plenitude dos poderes do Estado da República da Guiné-Bissau, segundo disseram, para “restaurar a ordem e a segurança no país”.

Dentre as medidas, o Presidente Umaro Sissoko Embaló foi detido, entretanto já posto em liberdade, e o processo eleitoral em curso foi suspenso.

Um dia antes do anúncio do golpe de Estado, tanto o actual presidente Umaro Sissoco Embaló, como o seu principal adversário, Fernando Dias, declararam vitória na eleição presidencial da Guiné-Bissau, antes da divulgação dos resultados oficiais.

Ambos candidatos reivindicavam mais da metade dos votos. Fernando Dias contou com o apoio do partido que liderou a luta pela independência de Portugal, o Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), que pela primeira vez foi excluído das eleições.

Recordar que o líder do PAIGC. Domingos Simões Pereira, encontra-se detido e, segundo o vice-presidente do partido, Geraldo Martins, juntamente com outros detidos, estão há 24 horas sem se alimentar.

“Os serviços carcerários estão a impedir a família e pessoas de confiança de entregar directamente os alimentos”, disse, Geraldo, ao jornalista Queirós Chilúvia, considerando ainda “de risco a comida ser entregue à polícia”.