ONG propõe “intervenção partilhada” para travar aumento do número de crianças nas ruas

O presidente da Associação de Desenvolvimento e Apoio a Criança Rural (ADACRU), Eduardo Martins Geraldo, disse este sábado, 11, em declarações à imprensa, que a sua organização se mostra preocupada a cada dia que passa, com o “exército” de crianças que enchem as ruas da cidade capital, bem como os dados que classifica como “alarmantes” de violência à criança.

Eduardo Martins Geraldo disse que é nesta perspectiva, que pondera apresentar, nos próximos dias, à Administração Municipal de Viana e ao Instituto Nacional da Criança (INAC), sobretudo, um modelo de “intervenção partilhada” para monitorar e retirar crianças que enchem todos os dias as ruas e bairros da zona da vila e apoio institucional profundo aos que sofrem abusos com destaque aqueles por parentes próximos.

O líder da ADACRU disse ainda ser fundamental orientar e sensibilizar a sociedade sobre educação sexual e reprodutiva, a fim de travar o elevado índice de taxa de natalidade, que na sua opinião tem contribuído para o desvio de conduta de muitos petizes no seio social.

As declarações surgem na sequência de um encontro com os jornalistas, que serviu de balanço da associação ao longo dos 29 anos ao serviço da criança angolana.
Importa referir que o INAC assinalou na semana última mais de 600 queixas de violência contra criança em todo território nacional.

De acordo com o relatório semanal a que a Rádio Correio da Kianda teve acesso, as províncias de Luanda, Bengo, Benguela, Cuanza-Sul, Uíge e Namibe, foram as que mais denúncias assinalaram.

Do total de casos, o destaque recaí para onze queixas de abuso sexual, 68 de agressão física e psicológica e pelo menos 166 de fuga à paternidade.