Politica
Há “indivíduos do mal” no MPLA que desviam ideário de Agostinho Neto – Dom Zacarias Kamuenho

O Arcebispo do Lubango disse que os objectivos dos líderes dos três movimentos de libertação não foram concretizados na totalidade, em consequência do que considera de “um maligno que se introduziu no ideário de Agostinho Neto”, segundo o qual “o MPLA é o povo e o povo é o MPLA”.
Dom Zacarias Kamuenho disse que António Agostinho Neto lutou contra este mal, do divisionismo, e os supostos autores desta teoria continuam até hoje a semear este pensamento. O Sacerdote recorda que em 1996, a Igreja Católica emitiu uma carta pastoral onde mostrou que o ideário primitivo que levou o país a independência estava maculado e envenenado pelo divisionismo.
O Sacerdote defendeu ainda que, o Presidente Neto morreu com esta mágoa, e a afirmação do fundador da nação feita num comício segundo a qual “com o Savimbi iremos de falar” foi como fatal para os “mafiosos” no MPLA.
Zacarias Kamuenho assegurou que sente-se orgulhoso de ter privado muitas vezes com o Presidente Neto. Lembrou de num encontro em privado onde o político sugeriu ao Arcebispo do Sumbe, abrir o colégio do Celes, para se pôr uma escola de magistério, entretanto, os supostos “duros” do partido tudo fizeram para inviabilizar.
O Arcebispo do Lubango disse ainda que o Presidente José Eduardo dos Santos enfrentou a mesma luta, mas, de forma diferente, tímida, mas reconhece alguma coragem do também antigo líder do MPLA de ter evitado que depois da morte do Presidente fundador da UNITA, Jonas Savimbi, a guerra continuasse para eliminar o então exército do “Galo Negro”, tendo defendido “que nenhum mais um tiro”.
Embora reconheça que o erro de Zé Dú foi na questão económica que potenciava ou favorecia a família e empresas de pessoas próximas, mas, dos Santos , continuou, “defendia os princípios básicos como a vida e a dignidade”.
O Arcebispo do Lubango, Dom Zacarias Kamuenho, teceu tais declarações quando falava nesta quarta-feira, 24, no programa “Ponto e Vírgula” da 103.7