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Pirataria de desporto: o custo humano do streaming de conteúdo gratuito

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O Grande Jogo está iminente. Estava a pensar ver no restaurante local, mas deixou a marcação para a última hora. Agora, o pontapé de saída aproxima-se e não quer perder o jogo. Envia uma mensagem rápida a um amigo: “Como se chamava aquele site pirata que usaste?”

O amigo envia o link e você liga-se. Depois de fechar meia dúzia de anúncios pop-up e preencher algumas caixas de diálogo, consegue abrir uma janela desfocada e de baixa resolução a mostrar o jogo. A imagem está com falhas e o som está dessincronizado com as imagens, mas é praticamente possível assistir. Acomoda-se para assistir ao jogo. Sem problema, certo?

Errado! A sua decisão de assistir a uma transmissão pirata não é a acção de um fã de desporto. Conteúdo pirateado é roubo. Prejudica os proprietários do conteúdo, bem como os produtores, as associações desportivas e, por fim, os jogadores que gosta.

Longe de apoiar a sua equipa e os negócios em torno dela, está a roubá-los, e quando isso acontece em grande escala, a pirataria pode prejudicar e até destruir certos códigos desportivos. 

O problema é grande, estima-se que a indústria desportiva mundial perde cerca de 28 mil milhões de dólares todos os anos devido à pirataria de eventos desportivos em directo. Este valor é quatro vezes a receita anual da Primeira Liga Inglesa.

Os danos causados pelo conteúdo pirateado podem não ser imediatamente visíveis, mas são tóxicos, abrangentes e afectam significativamente todos os sectores da indústria do desporto e do entretenimento.

Para compreender os danos por detrás do streaming ilegal e da pirataria de conteúdos, tente ver-se no lugar das pessoas a quem está a roubar. 

Imagine-se na equipa dos canais desportivos legais que correm o risco de perder o emprego porque os seus empregadores não conseguem recuperar o custo dos direitos desportivos que compraram para transmissão aos entusiastas do desporto no seu país.

Veja-se na equipa administrativa e de apoio da liga desportiva, que perde a sua única fonte de rendimento quando a sua organização se torna incapaz de vender os direitos de transmissão e streaming dos seus campeonatos, porque a transmissão dos eventos já não é viável. 

Pense nos desportistas que se tornam incapazes de praticar o seu desporto profissionalmente porque a sua liga entrou em colapso quando a receita das taxas de licença de TV e streaming desapareceu. 

Pense também nos fãs do desporto de todo o mundo que podem perder a hipótese de assistir ao desporto que adoram quando o frágil modelo de negócio que o mantém viável já não existirá. 

No final das contas, devemos rever-nos em todo o conteúdo que consumimos, reflecte os nossos gostos, as nossas paixões, as nossas esperanças, os sonhos, e a nossa própria cultura. Quando minamos a economia por detrás deste conteúdo, traímos os nossos próprios valores e sabotamos a sobrevivência desta indústria de conteúdos. 

No entanto, se seguirmos o caminho legítimo, pagarmos as nossas subscrições e nos tornarmos parte da indústria de conteúdos, tornar-nos-emos nos investidores no sector que nos entretém, nos informa e nos educa.

Pode identificar o conteúdo desportivo legítimo observe:

  • Qualidade. Uma transmissão oficial terá alta resolução e nitidez.
  • Logótipos oficiais. A marca licenciada mais recente será apresentada durante toda o streaming ou transmissão. 
  • Ininterrupto. Se uma transmissão for constantemente interrompida por anúncios pop-up ou caixas de início de sessão, está no reino da pirataria.
  • Preço justo. Se o conteúdo tiver valor, pagará um preço justo por ele. Se o conteúdo for gratuito, provavelmente é roubado. 

O streaming ilegal está longe de ser um crime sem vítimas, prejudica milhares de pessoas em todo o ecossistema de conteúdos. Se apoiarmos honestamente os desportos e as equipas de que somos adeptos, trabalharemos para construir um sector digital sustentável e ético que mantenha a economia desportiva viva.

Podemos escolher explorar as equipas e os negócios de conteúdo em torno dos desportos que acompanhamos e destruí-los lentamente através do nosso próprio egoísmo. Ou podemos apoiá-los, fortalecê-los e torná-los mais fortes.

Se nos identificarmos com as pessoas que ganham a vida com o desporto, trabalharemos para expandir os negócios desportivos e subscreveremos serviços de conteúdo legítimos. Jogue limpo, siga as regras.

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