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Casa do antigo conselheiro de Trump alvo de buscas do FBI
A casa de John Bolton, antigo conselheiro de segurança nacional de Trump no seu primeiro mandato, está a ser alvo de buscas pelo polícia do FBI.
A busca na casa de Bolton, no estado norte-americano do Maryland, no bairro de Bethesda, em Washington D.C., ocorre no momento em que a administração Trump tomou medidas para examinar as actividades de outros supostos adversários do presidente republicano, incluindo a autorização de uma investigação do grande júri sobre as origens do caso Trump-Rússia.
Trata-se do ex-conselheiro de segurança nacional da Casa Branca no primeiro mandato de Trump, apesar de mais tarde se ter tornado crítico do presidente.
Em causa está uma investigação sobre o tratamento de informações confidenciais, afirmou na sexta-feira, uma fonte familiarizada com o assunto, noticiou o canal europeu Euronews.
Até ao momento, de acordo com a notícia, Bolton não foi detido e não foi acusado de qualquer crime, adiantou a fonte, que não estava autorizada revelar pormenores da investigação e falou à agência noticiosa AP sob condição de anonimato.
O Departamento de Justiça também não se pronunciou, mas os seus dirigentes pareceram referir-se de forma enigmática às buscas na casa de Bolton numa série de publicações nas redes sociais na sexta-feira de manhã.
As buscas na casa de Bolton ocorrem no momento em que o governo Trump tomou medidas para examinar as actividades de outros supostos adversários do presidente republicano, inclusive autorizou uma investigação do júri sobre as origens do alegado conluio Trump-Rússia.
As autoridades também estão a conduzir investigações sobre fraudes hipotecárias contra o senador democrata Adam Schiff, da Califórnia, e a procuradora-geral de Nova Iorque, Letitia James, que intentou uma acção judicial por fraude civil contra Trump e a sua empresa.
O antigo procurador de Trump, Jack Smith, também está a ser investigado por um gabinete de vigilância independente. Schiff e James negaram vigorosamente qualquer irregularidade através dos seus advogados.
Numa entrevista à ABC no início deste mês, Bolton foi questionado sobre se estava preocupado com a possibilidade de a administração Trump tomar medidas contra ele.
Bolton disse que Trump “já o perseguiu” ao retirar-lhe o seu destacamento de segurança, e acrescentou “Penso que é uma presidência de retribuição”.
No seu primeiro dia de volta ao cargo este ano, Trump revogou as autorizações de segurança de mais de 400 ex-funcionários dos serviços de inteligência, incluindo Bolton, que estava entre um grupo de ex-funcionários de Trump cujos detalhes de segurança foram cancelados no início deste ano.
Bolton foi o terceiro conselheiro de segurança nacional de Trump durante 17 meses e entrou em conflito com o chefe de Estado sobre o Irão, o Afeganistão e a Coreia do Norte.
Enfrentou escrutínio durante o primeiro governo Trump sobre um livro que escreveu sobre o seu tempo no governo que as autoridades argumentaram ter divulgado informações confidenciais, mas o Departamento de Justiça em 2021 abandonou o seu processo e desistiu de uma investigação separada do grande júri.
Os advogados de Bolton disseram que ele avançou com o livro depois de um funcionário do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, com quem Bolton havia trabalhado durante meses, disse que o manuscrito não continha mais informações confidenciais.
Bolton, de 76 anos de idade, foi embaixador dos EUA nas Nações Unidas durante o mandato do presidente George W. Bush entre 2005 e 2006 e também ocupou cargo de Procurador Geral Adjunto na administração do presidente Ronald Reagan na década de 1980.