Sociedade
Trabalho infantil: “é preciso imponderar as famílias”, diz especialista
A pobreza está entre as causas do trabalho infantil em Angola, numa altura em que especialistas alertam para a realidade preocupante em diferentes zonas da província de Luanda e do país em geral.
Fernando Pinto, da Associação de Apoio à Crianças e Famílias Carenciadas, afirma que a vulnerabilidade e a desestruturação familiar também fazem parte do leque e apela intervenção das autoridades.
“O que se assiste é que as famílias estão sem capacidade para suprir as necessidades dos filhos e, como consequência, as próprias crianças é que procuram formas de praticar diversas actividades, abandonando a escola. É preciso imponderar as famílias criando condições para que os pais dessas crianças tenham rendimentos, se não continuaremos assistir esse fenómeno”, disse.
O número de vítimas de trabalho infantil aumentou para mais de 160 milhões em todo o mundo, um aumento de 8,4 milhões de crianças nos últimos anos, de acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT) e da UNICEF, mais de 90% do total global estão nas regiões da África, Asia e Pacífico e Américas concentram 11 milhões de menores a trabalhar abaixo da idade mínima permitida.
Hamilton Ribeiro, do Plano de Acção Nacional para Erradicação do Trabalho Infantil em Angola, avança que a organização tem feito o seu trabalho, embora reconheça que a situação ganha contornos preocupantes em zonas rurais onde as crianças são submetidas a trabalho de produção agrícola.
“A organização tem feito o seu trabalho, só para se ter uma ideia, recentemente ocorreu um facto e fomos obrigados a intervir na província do Namibe, onde crianças eram transportadas em viaturas para os campos com intuito de realizar trabalho agrícola”, disse.