Opinião

Resultados que reforçam confiança no sistema bancário angolano

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Por: Mário Bragança – Economista

Angola vive um contexto económico ainda desafiante, marcado por ajustamentos estruturais e pela necessidade permanente de estabilidade e modernização. Ver uma instituição financeira apresentar resultados sólidos oferece sinais de confiança. O desempenho do BAI observado no III.º trimestre de 2025 demonstra que, mesmo num ambiente exigente, a disciplina de gestão, o rigor na tomada de decisão e o foco no longo prazo continuam a fazer a diferença no sector bancário angolano.

De acordo com o Relatório e Contas Trimestral do BAI, Informação Financeira do III.º Trimestre de 2025, submetido à Comissão do Mercado de Capitais de Angola, entre Julho e Setembro o Banco Angolano de Investimentos registou um resultado líquido de 226 mil milhões de kwanzas, o que representa um crescimento de 138% face ao mesmo período de 2024. Este avanço não foi pontual: decorreu do fortalecimento da margem financeira (+55%) e da margem complementar (+138%), acompanhado por um aumento de 9% no activo líquido e de 5% nos recursos de clientes. O comportamento do mercado de capitais também reagiu de forma favorável, com as acções a valorizarem 38,2% no período, alcançando 105 mil kwanzas por título, mais do que o dobro do valor observado há um ano.

A solidez do balanço reforça a confiança. Com um rácio de fundos próprios regulamentares de 28,87%, bastante acima do mínimo exigido, o BAI demonstra capacidade de absorver riscos e responder a cenários adversos. Este desempenho não beneficia apenas os seus accionistas; representa também um contributo importante para o fortalecimento do mercado de capitais nacional e para a credibilidade do sistema financeiro, ao sinalizar estabilidade e transparência.

Para além dos indicadores financeiros, vale destacar as iniciativas orientadas para a inclusão e modernização. A expansão dos serviços digitais tem aumentado o acesso bancário em diferentes regiões do país, enquanto programas de literacia financeira e de apoio a pequenas e médias empresas ajudam a alimentar uma base económica mais diversificada e competitiva. São iniciativas que, quando contínuas e consistentes, transformam realidades e aproximam a banca das necessidades da sociedade.

Os resultados apresentados evidenciam uma combinação de prudência, eficiência e inovação. Mais do que uma performance trimestral positiva, mostram um percurso consolidado que contribui para a confiança numa economia em transformação. Se Angola pretende construir um sistema financeiro robusto, inclusivo e orientado para o desenvolvimento, casos como o do BAI demonstram que é possível fazê-lo com rigor, visão estratégica e compromisso com o país.

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