Sociedade
PRS critica desvalorização e tratamento dado aos sobas no Huambo
O secretário provincial do Partido de Renovação Social (PRS) no Huambo, Solya Selende, criticou duramente a forma como os administradores comunais e municipais têm tratado as autoridades tradicionais, considerando a situação grave e desrespeitosa.
De acordo com o dirigente do PRS, em várias ocasiões os sobas são chamados apenas para participações simbólicas em actos governativos, sem que as suas preocupações sejam ouvidas ou valorizadas. Para Solya Selende, esta postura retira dignidade a figuras que detêm um poder histórico anterior ao próprio Estado moderno.
“O soba não é capataz, não é servente, nem uma pessoa qualquer. É uma autoridade que merece respeito e deve ter controlo sobre o território que lidera”, afirmou, sublinhando que muitos administradores tratam os sobas como subordinados sem qualquer autonomia.
O político do PRS voltou a criticar o subsídio atribuído às autoridades tradicionais, fixado em cerca de 18 mil kwanzas, valor que considera insuficiente face às responsabilidades que exercem nas comunidades. Defendeu que a questão seja discutida ao mais alto nível, nomeadamente em encontros entre os reis tradicionais e o Presidente da República.
Solya Selende alertou ainda que a persistência desta postura por parte das administrações locais contribui para a perda de autoridade e respeito dos sobas junto das populações, fragilizando o papel destas figuras na resolução de conflitos e na coesão social.
Apesar das críticas dirigidas ao Estado, o dirigente reconheceu que também existem fragilidades internas entre algumas autoridades tradicionais, apontando casos de conflitos e disputas que, no seu entender, prejudicam a imagem e o valor da instituição tradicional.
