África
Portugal convoca embaixador da Guiné-Bissau para explicar expulsão de órgãos de comunicação social

Poucas horas depois da notícia se espalhar, sobre a expulsão da Guiné Bissau, de três órgãos públicos de comunicação social portugueses, o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal reagiu, pedindo explicação das razões por trás da motivação.
Em comunicado daquele departamento ministerial português assinala que já convocou o embaixador Guineense em Lisboa para explicar as razões, e considera que a medida é “altamente censurável e injustificável”.
A reunião com o embaixador Guineense está agendado para este sábado, 15, em Lisboa para prestar “explicações e esclarecimentos”.
As direcções dos referidos órgãos de comunicação social também já reagiram, com uma nota de repúdio conjunta, em que, de acordo com RFI, consideram a medida como um “ataque deliberado à liberdade de expressão”
De acordo com o documento que temos vindo a referenciar, direções de informação das três empresas, nomeadamente Lusa, RTP e RDP, acusam o governo guineense de atentar contra a liberdade de expressão.
“Tal decisão só se pode enquadrar no continuado propósito do governo da Guiné-Bissau de silenciar os jornalistas que cumprem a função de informar. Trata-se de uma acção discriminatória e selectiva, configurando um ataque deliberado à liberdade de expressão.”, lê-se no documento, assinado pelos diretores de informação Luísa Meireles (Lusa), Mário Galego (RDP) e Vítor Gonçalves (RTP), citado pelo jornal Expresso.
O comunicado acrescenta também que a expulsão dos jornalistas “é um atentado aos princípios fundamentais que norteiam a actividade jornalística” e que, por isso, viola a democracia e o estado de direito.
Entretanto, o Presidente da Guiné-Bissau Umaro Sissoco Embaló, que tinha para segunda feira, 19, uma visita para a sede da Comunidade de Paises de Língua Portuguesa (CPLP), de que é presidente em exercício, acabou por adiar, noticiou a agência Lusa.
A Guiné-Bissau detém actualmente a presidência da CPLP, que assumiu na cimeira da organização em 18 de julho, na capital guineense.
Uma nota da CPLP informava que na visita Sissoco tinha previsto ser recebido numa sessão solene pela secretária-executiva, embaixadora Maria de Fátima Jardim, e pelos representantes permanentes dos Estados-Membros junto da comunidade.