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Polícia acusa Bolsonaro de accionar sanções contra o Brasil nos EUA
A polícia brasileira acusou o ex-presidente Jair Bolsonaro e o seu filho Eduardo Bolsonaro de actuarem junto do governo dos Estados Unidos para impor sanções a “agentes públicos do Estado brasileiro” e forçar a justiça a arquivar um julgamento.
Segundo a instituição, ambos actuaram de forma “dolosa e conscientemente de forma ilícita” com o objectivo de “tentar submeter o funcionamento do Supremo ao julgamento de um Estado estrangeiro”.
Por decisão do juiz do Supremo Tribunal Federal (STB) Alexandre de Moraes, a polícia fez hoje buscas e apreensões em domicílios ligados ao ex-Presidente brasileiro esta sexta-feira, por considerar haver indícios de que ele e um dos filhos agiam para atrapalhar o julgamento da acção penal em que é réu por tentativa de Golpe de Estado.
Moraes, juiz relator desse caso no STF concordou com as conclusões da Polícia Federal e considerou que face à conduta o ex-presidente e o seu filho são autores de “actos claros e expressos de execução e confissões flagrantes de actos criminosos” que persistem ao longo do tempo.
O mesmo juiz considerou que “a soberania” brasileira “nacional não pode, não deve e jamais será vilipendiada, negociada ou extorquida” e indicou que o ex-presidente confessou uma tentativa de extorsão contra a Justiça brasileira ao condicionar o fim das tarifas impostas pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, à sua própria amnistia.
Já os investigadores apontaram que as acções de Bolsonaro podem caracterizar crimes de coacção no decorrer do processo, obstrução de Justiça e ataque à soberania nacional, já que o deputado e filho do ex-Presidente Eduardo Bolsonaro está nos Estados Unidos com recursos enviados pelo pai a liderar uma campanha que pede embargos ao Brasil e punições a juízes e autoridades ligadas ao processo.
Entre as medidas adoptadas por ordem judicial contra Jair Bolsonaro estão o uso de pulseira electrónica, proibição de usar redes sociais e de se comunicar com o filho, Eduardo Bolsonaro.