Sociedade
Paz duradoura assenta-se no perdão sincero e na justiça social, afirma Dom Manuel Imbamba
O Presidente da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST), Dom José Manuel Imbamba, sublinhou este sábado, 08, durante a homilia do Culto Ecuménico em alusão ao 50º Aniversário da Independência Nacional, que a reconciliação e o retorno às propriedades simbolizam liberdade, justiça, convivência pacífica e solidariedade.
O evento, realizado no Estádio 11 de Novembro, em Luanda, foi assistido pelo Presidente da República, João Lourenço, e a Primeira-Dama, Ana Dias Lourenço, altas entidades do país e fiéis de diversas denominações, sob o lema “Culto Ecuménico Angola 50 anos de Independência Nacional, em Cristo Jubilai”.
Na ocasião, o também Arcebispo de Saurimo disse que “a paz duradoura assenta no perdão sincero e na justiça social”, acrescentando que “o perdão não é esquecimento, mas a coragem de olhar para o futuro”.
“Um Jubileu segundo os desígnios de Deus, exige sempre um exame de consciência. Não defraudes ninguém, acabamos de ouvir em Levítico 25:14. Foi o que procuramos fazer, e fazemos durante o Congresso que realizamos há dias, cujos frutos devemos continuar a cultivar e a partilhar ao longo dos tempos” destacou.
O sacerdote afirmou igualmente que culto se traduziu como um momento de graça impar, por juntar líderes de distintas forças políticas, em torno de um ideal comum, a Pátria amada, o que transmite um sinal profético para uma Angola amada e abençoada.
O líder da Igreja Católica angolana disse que Jubilar em sentido religioso é celebrar com todas a alma, e com todas as forças e alegria, sendo que ao mesmo tempo esta celebração se traduz num mandamento de Deus, que implica acção radical de justiça e restauração.
Dom José Manuel Imbamba disse que Jubilar se trata igualmente de um novo começo nas relações interpessoais, sociais, com Deus e nas relações com a natureza.
O prelado católico disse ser preciso dar graças a Deus pela resiliência e fé inabalável do povo angolano quem nunca perdeu a esperança, não obstante os penosos sacrifícios e o ofuscamento das perspectivas.
Em representação do Executivo, o ministro da Cultura, Filipe Zau, destacou o papel das igrejas na promoção da paz, da unidade nacional e dos valores éticos, sublinhando que o culto ecuménico simboliza a unidade na diversidade e que o Estado conta com as igrejas como parceiras na promoção de valores morais, cívicos e patrióticos.
O ministro destacou que esta convergência promovida pela Comissão Inter-eclesial e apoiada pelo Governo angolano, mostra que o diálogo inter-religioso e o diálogo entre partidos políticos em prol da unidade nacional, deverá e terá de ser sempre possível, porque é desejável.
O casal presidencial recebeu durante o culto ecuménico, uma Bíblia Sagrada, entregue pelo arcebispo do Huambo, Dom Zeferino Zeca Martins, como símbolo de bênção e gratidão.
O evento contou ainda com a presença da Vice-Presidente da República, Esperança da Costa, membros do Executivo, corpo diplomático, autoridades tradicionais e representantes da sociedade civil.
