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ONU denuncia execuções sumárias nas cadeias de Myanmar
A Organização das Nações Unidas (ONU) denunciou o aumento da frequência e da brutalidade das atrocidades cometidas em Myanmar, antiga Birmânia, com provas de tortura sistemática e execuções sumárias em instalações de detenção, segundo um relatório divulgado hoje em Genebra.
O relatório, que se concentra no período de 01 de Julho de 2024 a 30 de Junho de 2025, detalha a tortura documentada nas instalações de detenção de Myanmar, que inclui espancamentos, choques elétricos, estrangulamentos, violação colectiva, queima de partes íntimas e outras formas de violência sexual.
O Mecanismo Independente de Investigação para Myanmar (IIMM), da ONU, anunciou ter alcançado progressos importantes na recolha de provas de crimes contra pessoas detidas pelas autoridades militares de Myanmar e na identificação dos autores desses crimes, que incluem tortura e violência sexual.
“Descobrimos provas significativas, incluindo testemunhos oculares, que demonstram a existência de tortura sistemática nas instalações de detenção de Myanmar”, afirmou Nicholas Koumjian, chefe do IIMM, durante a apresentação do documento em Genebra, Suíça.
O relatório também detalha investigações sobre ataques aéreos a escolas, casas e hospitais que feriram e mataram civis, inclusive nos dias seguintes ao terramoto de março de 2025, quando as operações de resgate ainda estavam em andamento.
De acordo com o IIMM, foram abertas novas investigações sobre atrocidades cometidas contra várias comunidades no estado de Rakhine, onde o exército de Myanmar e o exército de Arakan lutam pelo controlo do território.
As conclusões do relatório baseiam-se em informações de mais de 1.300 fontes, incluindo quase 600 testemunhos oculares e provas adicionais, tais como fotografias, vídeos, material áudio, documentos, mapas, imagens geoespaciais, publicações nas redes sociais e provas forenses.
