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Moçambique: Mondlane muda nome do seu partido por carregar “significado linguístico” negativo

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O ex-candidato presidencial Venâncio Mondlane alterou a designação do seu partido, passando de Anamalala para Anamola, após pedido do Governo moçambicano, que considerou que a anterior sigla carregava “um significado linguístico”.

Anamalala significa “vai acabar” ou “acabou”, expressão usada por Venâncio Mondlane durante a campanha para as eleições gerais de 09 de Outubro de 2024 – cujos resultados não reconhece – e que se popularizou durante os protestos por si convocados nos meses seguintes.

A informação da alteração da proposta do acrónimo Anamalala para Anamola, significando igualmente Aliança Nacional para um Moçambique Livre e Autónomo, consta do recurso que o antigo candidato presidencial submeteu esta sexta-feira, 08, ao Conselho Constitucional (CC), por considerar que o Ministério da Justiça, Assuntos Constitucionais e Religioso não respondeu no prazo legal ao pedido para a constituição da formação partidária.

Também ontem, Venâncio Mondlane criticou o Presidente da República de Moçambique, Daniel Chapo, acusando-o de desviar a atenção dos problemas reais do país.

Mondlane comentava o discurso proferido por Chapo na Cimeira dos Movimentos de Libertação, que decorreu em Joanesburgo, onde o chefe de Estado apelou à união dos “partidos libertadores” da África austral contra a crescente ameaça da extrema-direita.

Durante uma transmissão ao vivo na sua conta oficial do Facebook, Mondlane afirmou que o discurso de Chapo é uma forma de “fugir da responsabilidade” e que se baseia em uma narrativa de conspiração internacional, o Presidente Chapo tinha alertado para a possibilidade de governos fantoches emergirem em África, impulsionados por grupos extremistas que fazem uso das redes sociais e de outras plataformas para espalhar desinformação.

“Um discurso que foge da responsabilidade, dos problemas reais que os nossos países têm”, disse Mondlane, sublinhando que as questões como a gestão da coisa pública, o aumento da criminalidade e as necessidades das populações devem estar no centro da agenda política, o ex-candidato destacou que os problemas actuais, como os raptos e os sequestros, não podem ser atribuídos a uma alegada influência imperialista.

O presidente da Frelimo, por sua vez, reafirmou a importância de uma resposta conjunta dos partidos libertadores face ao que considera uma ameaça à soberania das nações africanas, defendendo que a unidade é crucial para enfrentar a desinformação e os discursos de ódio proliferados por esses grupos extremistas.

Com Beatriz Tchicuia 

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