Marcha! E se o vídeo não vazasse?

A sociedade está chocada. Ninguém em sã consciência aplaudiu o acto. A menina BELMA e sua família têm a solidariedade social. Todos nós condenamos o que aconteceu. Agora, queremos justiça!

Casos desse?! Há muito mais. Só não vêm a público. Não filmam ou, então, os vídeos não vazam. Mas existem. E não são poucos, nem acontecem só no gueto.

Sobre eles, o problema não é a falta de solidariedade. Está provado que ela existe e sempre existiu. O problema real é a falta de denúncia. E é, na verdade, o que precisamos cultivar.

Quantos se calam perante actos semelhantes?

Quantos fingem não ver?

Nesse caso concreto, aplaude-se a pronta reacção da sociedade. Notas de solidariedade e repúdios saíram de pessoas individuais, partidos políticos e suas organizações sociais, igrejas e organizações da sociedade civil.

Famosos não se calaram. Fizeram e continuam com a corrente de solidariedade e apelo à justiça.

Órgãos de Segurança fizeram a sua parte. Falta, agora, os Órgãos da Justiça.

Os oportunistas do costumes estão em movimento. Alguns “activistas” (as aspas não são por acaso) querem fazer aproveitamento.

Estão a usar uma causa social para luta política.

Casos dessa natureza sempre existiram, mas NUNCA interessou a esses “activistas”. Por quê só agora, e logo no início do ano pré-eleitoral? Querem repetir o cenário de 2021, começando com esse caso? E próximo, qual será? E depois do próximo?

 A Rosa Conde, do caso 15 + 2, na organização, por quê?

 O Dago Nível, da biblioteca 10padronizada, na organização, por quê?

 A Rosie Alves e outros membros do movimento revolucionário, na organização, por quê?

Solidariedade ou conveniência?!

Se for uma igreja, a LIMA, a OMA, o Grupo de Mulheres Parlamentares ou uma outra organização feminina à altura, ou a Primeira Dama da República – que já chorou publicamente em razão dessa matéria – a promover uma marcha contra o abuso sexual de meninas e mulheres, é digno de apoio.