Politica
Lourenço pressiona CIRGL a reformar-se e alerta para crise financeira que ameaça Organização
Na 9.ª Cimeira Ordinária da Conferência Internacional sobre a Região dos Grandes Lagos (CIRGL), realizada este sábado, 15, em Kinshasa, o Presidente da República, João Lourenço, aproveitou o momento de transição da presidência rotativa para a República Democrática do Congo (RDC) para lançar um alerta contundente: a organização corre risco de paralisia devido à crise financeira.
Embora tenha apresentado avanços alcançados durante os últimos cinco anos de presidência angolana, João Lourenço dedicou boa parte do seu discurso a pedir uma reforma profunda da CIRGL e maior responsabilidade dos Estados-membros.
O Chefe de Estado angolano disse que o Secretariado da organização vive uma “crise financeira grave”, provocada pelos atrasos nas contribuições dos Estados-membros. Segundo ele, essa situação impede reformas internas urgentes e ameaça a própria sustentabilidade da CIRGL.
“Apelamos ao engajamento dos Estados-membros no cumprimento das suas contribuições financeiras, liquidando as suas dívidas (…)”, enfatizou.
Lourenço avisou que, sem essa regularização, a organização não conseguirá responder aos desafios actuais.
João Lourenço defendeu a necessidade de revisão do Pacto da organização, com o objectivo de redefinir o seu papel para um mecanismo mais ágil, orientado essencialmente para a gestão e resolução de conflitos, evitando que funcione como uma comunidade económica regional papel que não lhe compete.
A recomendação surge num momento em que a região enfrenta tensões severas, especialmente no Leste da RDC. Para o estadista angolano, fortalecer a articulação com a União Africana e outras plataformas regionais é essencial para garantir eficácia diplomática.
Num discurso marcado por avisos e apelos, João Lourenço destacou que a estabilidade na região depende sobretudo da “vontade política” dos líderes.
