Juiz negou meu pedido de audição durante instrução preparatória, diz Isabel dos Santos

A empresária angolana Isabel dos Santos disse esta terça-feira, 25, que o juiz de garantias da instrução contraditória do processo que pesa sobre si, enquanto esteve na gestão da Sonangol, negou o seu pedido de audição por formas a esclarecer e dissipar possíveis duvidas, bem como apresentar as provas que a inibem dos crimes que é acusada.

A filha do ex-Presidente, José Eduardo dos Santos, revelou igualmente em entrevista à Rádio Essencial, que o juiz de garantias, ordenou que fosse retirado do processo, os pedidos de solicitação de audição feitos por escrito que recorreu entre Abril e Maio deste ano, factos que a levam a sustentar que o julgamento é meramente político.

“Efectivamente isso é uma perseguição política, não é um processo jurídico de algo tenha ocorrido e que as pessoas não tenham prestado um serviço. Em Abril e Maio deste ano, fiz um requerimento escrito ao juiz de garantias para prestar declarações, e o juiz que devia garantir que uma pessoa arguida apresentasse declarações, recusou, e mais, pediu para retirar do meu processo estes dois pedidos de prestação de declarações” sublinhou.

O processo que pesa sobre a empresária diz respeito á gestão da Sonangol entre 2016 e 2017, período em que Isabel dos Santos presidiu ao Conselho de Administração da petrolífera estatal, envolvendo outros arguidos incluindo ex-administradores, responsáveis financeiros da empresa, consultores e associados seus.

Referir que um despacho de pronúncia do Tribunal Supremo excluiu recentemente o crime de associação criminosa por considerar que não existiam “factos concretos ou inequívocos” que demonstrassem uma actuação concertada entre os arguidos.

O Tribunal deixou igualmente cair o crime de abuso de poder, além de declarar prescritos a falsificação de documentos e fraude fiscal simples, decisão que a empresária assegura que vem gravemente viciada de violação da lei e do direito comprovado.