Politica
João Lourenço demonstra manter opinião anterior sobre “agressão russa à Ucrânia”
A entrevista que o Presidente angolano concedeu à CNN Portugal, que teve uma duração de 45 minutos, foi bastante transversal, tendo abordado sobre vários temas, que continuam a ser objecto de análise nas redes sociais. A guerra entre a Rússia e a Ucrânia, bem como a actual situação da presente Ordem Mundial, são um destes temas que estão a merecer a apreciação de cidadãos de diferentes extractos sociais.
Na entrevista, o estadista João Lourenço demonstrou manter, por exemplo, a sua perspectiva em relação à guerra entre Moscovo e Kiev, tendo classificado-a como guerra de “agressão russa à Ucrânia”.
Entre outras coisas, João Lourenço disse que tem dito, olho no olho, aos líderes russos, o que pensa sobre o referido conflito, tendo sublinhado que os amigos devem agir deste modo.
“Com certeza, que temos feito isso (dizer aos russos sobre a posição angolana), quer no contacto directo, quer mesmo em declarações públicas, que todos ouvem, inclusivamente eles próprios. Angola pauta por manter boas relações, de preferência com todos os países do mundo. Desde que não haja razões para deixar de ser assim, a nossa diplomacia continuará a actuar desta forma”, reiterou João Lourenço.
De referir que, embora a guerra de invasão russa sobre a Ucrânia tenha iniciado a 24 de Fevereiro de 2022, apenas a partir de Setembro do mesmo ano, Angola passou a ser mais directa e contundente com a Rússia, face à sua opção militar na Ucrânia.
A posição angolana de forma veemente em relação aos russos, foi tornada pública pela primeira vez pelo Presidente João Lourenço, durante o seu discurso na cerimónia de sua investidura para o segundo mandato presidencial, a 15 de Setembro de 2022.
Durante o discurso, o Chefe de Estado angolano não teve dúvidas sobre quem devia marcar o passo para pôr-se fim à guerra.
“A guerra na Ucrânia provocou já um elevado número de mortos, de feridos, de refugiados e uma grande destruição do património e de infra-estruturas, com implicações na paz e na economia mundial (…), a República de Angola tem sempre defendido a importância do recurso ao diálogo e a resolução pacífica dos conflitos, primando pelo respeito inequívoco do direito internacional (…). Nesta conformidade, e tendo em conta a necessidade de se evitar o escalar do conflito, consideramos importante que as autoridades russas tomem a iniciativa de pôr fim ao conflito, criando assim um melhor ambiente para se negociar uma nova arquitectura de paz para a Europa e abrir o caminho para a tão almejada e necessária reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas”, dissera João Lourenço.
E em Outubro do mesmo ano, Angola votou a favor de uma Resolução da Organização das Nações Unidas, que condenava a Rússia pela “tentativa de anexação ilegal” de quatro regiões ocupadas na Ucrânia.
Ao justificar o sentido de voto, a embaixadora angolana junto das Nações Unidas, Maria de Jesus dos Reis Ferreira disse que “votou a favor em conformidade com as suas convicções sobre o bem fundado do princípio sacrossanto da integridade territorial consagrado na própria Constituição que define Angola como um Estado unitário e indivisível, cujo território é inviolável e inalienável”.
Numa entrevista publicada pela Lusa e pelo jornal Negócios, em 2023, o Presidente angolano reiterou a sua posição face à guerra, tendo manifestado preocupação com o tempo que a guerra estava a durar.
“A nossa posição é muito clara (…) condenamos a ocupação, pior do que isso, a anexação de parte do território ucraniano pela Rússia (…), sublinhara o Presidente, sendo que, de lá para cá, não se conhece uma posição angolana que contraria a que vem defendendo deste Setembro de 2022.
