Economia
Governo deve adoptar parâmetro no pagamento das ordens de saque, diz economista
O economista José Lumbo afirmou esta terça-feira, 09, que em função da arrecadação que o Ministério das Finanças tem estado a obter no capítulo das receitas, deve se ter em conta a adopção de um parâmetro no pagamento das ordens de saques, definindo como prioridade os pagamentos de menor valor.
A reacção do economista surge na sequência das informações do Fundo Monetário Internacional (FMI), que alertou para o agravamento dos riscos na capacidade de pagamento de Angola em relação ao ano passado.
O FMI reviu em baixa a previsão de crescimento de 2,4% para 2,1%, e conforme o Fundo Monetário Internacional, esta queda das receitas reflectiu-se na deterioração da posição fiscal, com o défice total projectado para subir para 2,8% do PIB em 2025, face a 1% em 2024.
Os dados foram tornados públicos através de um comunicado divulgado na sua página oficial, sobre as conclusões do conselho de administração sobre a Avaliação Pós-Financiamento de 2025.
O economista disse que o não pagamento das ordens de saque, leva certas empresas a não honrar os compromissos com os trabalhadores, pelo que alerta para a necessidade de banca entrar neste processo, dando empréstimos a empresas com ordens de saques, com uma taxa de juro baixa, por formas a garantir o seu normal funcionamento.
“Os dados que Fundo Monetário Internacional apresenta sobre a timidez que verifica, se traduzem naquilo que estamos a assinalar em sede daquilo que é a execução do OGE 2025, estamos agora no mês 9, e os pagamentos que se reflectem nas contas das empresas são ainda do mês de Fevereiro” frisou.
José Lumbo sinalizou ainda que ““a banca deve de facto entrar neste apoio, com as empresas com ordem de saque recorrerem aos bancos, com apoio do BNA, para empréstimos com juros baixos, porque as empresas precisam destes movimentos em sede da economia”.
Importa referir que, em Maio, a projecção preliminar de crescimento para Angola em 2025 já tinha sido revista de 3% para 2,4%, após consulta bilateral entre o Fundo e o Ministério das Finanças, no âmbito do artigo IV (revisão periódica sobre a evolução da economia e políticas de um país-membro), mas agora a entidade multilateral projecta um crescimento de 2,1%.
