Economia
Governo apoia criação de pólos de produção agrícola em Malanje e Cuanza-Norte
O Executivo angolano vai conceder terrenos a empresários brasileiros e chineses para implantação de pólos de produção agrícola em diferentes províncias do país, entre as quais Malanje e Cuanza-Norte.
Com uma dimensão de 800 mil hectares, vão ser instaladas fazendas nos terrenos com vista a produzir e exportar, em grande escala, soja, milho, algodão, laranja, carnes (bovina, de aves e suína), entre outros produtos, que o Brasil e a China se destacam na sua produção.
De acordo com o ministro da Agricultura e Florestas, Isaac dos Anjos, os governos de Angola e do Brasil consertam medidas de estímulos à produção, que vão além da concessão da terra, e pretendem incluir as comunidades locais no processo produtivo.
O Fundo Soberano de Angola terá igualmente uma comparticipação das garantias do financiamento até a recuperação do investimento, com o início das exportações dos produtos.
O engenheiro agrónomo Adérito Costa, apesar de considerar benéfica a ideia de criação de pólos de produção agrícola mais ao norte do país, alerta para a necessidade de se apostar também na formação dos quadros nacionais, para que estes a médio e longo prazo, sejam os dirigentes e executores destes projectos.
Adérito Costa defende a aposta da formação técnica aplicada, diferenciada das leccionadas apenas em salas de aula, o que na sua opinião tem contribuído para a pobre capacidade de resposta que o país regista em termos de mão-de-obra nos técnicos de agricultura.
O especialista destaca o impacto positivo desta parceria estratégica, pelo facto de o Brasil ser potencia no agronegócio e a China em tecnologia.
Às entidades empresariais brasileiras, o ministro Isaac dos Anjos afirmou que haverá ainda o envolvimento de dois bancos angolanos para o financiamento das operações da logística interna e cobertura de custos locais por um período de três a cinco anos.