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Ex-primeiro-ministro preso por mais 15 anos acusado no maior escândalo financeiro da Malásia
O influente ex-primeiro-ministro da Malásia, Najib Razak, foi condenado nesta sexta-feira, 26, a mais 15 anos de prisão e multado em 2,8 bilhões de dólares por abuso de poder e lavagem de dinheiro no maior julgamento do escândalo bilionário da 1MDB, uma decisão que pode ter grandes ramificações políticas.
Investigações feitas pela Malásia e EUA dizem que pelo menos 4,5 bilhões de dólares foram roubados do 1Malaysia Development Berhad, um fundo estatal co-fundado por Najib, em 2009, durante o primeiro de seus nove anos no poder no país do Sudeste Asiático.
Najib, de 72 anos, foi preso pela primeira vez em 2022 em outro caso da 1MDB e há muito insiste que foi o bode expiatório do maior escândalo financeiro já registado na Malásia, que constam a entrada de mais de 1 bilhão de dólares em contas ligadas a ele.
Segundo o juiz da Suprema Corte Collin Lawrence Sequerah, que falou durante um veredicto que levou cinco horas, a alegação de Najib, que foi repetidamente enganado por outros na 1MDB, era improvável e acredita que isso “levaria a imaginação ao limite da pura fantasia”, de acordo com a Reuters.
Najib foi considerado culpado de todas as quatro acusações de abuso de poder e de todas as 21 acusações de lavagem de dinheiro, após uma batalha legal maratona que incluiu múltiplos recursos e um perdão real parcial.
“A alegação do acusado de que as acusações contra ele eram uma caça às bruxas e motivadas politicamente foi desmentida pelas evidências frias, duras e incontestáveis contra ele, que apontavam para que o acusado tivesse abusado de sua própria posição de poder no 1MDB, juntamente com os amplos poderes que lhe foram conferidos”, disse o juiz Sequerah no verecdito.
Em verecdito, foram aplicadas sentenças de 15 anos para cada acusação de abuso de poder e cinco anos para cada acusação de lavagem de dinheiro, a serem cumpridas simultaneamente, após o fim da pena actual de prisão de Najib em 2028.
Najib foi condenado também a pagar multas de 11,39 bilhões de ringgit (2,82 bilhões de dólares), e o tribunal determinou que 2,08 bilhões de ringgit em activos devem ser recuperados dele, a não entrega em ambos resultaria em prolongamento de prisão.
