Ex-Primeira Ministra do Bangladesh condenada a pena de morte

A ex-Primeira Ministra do Bangladesh, Sheikh Hasina, foi condenada a pena de morte, por ter permitido recurso ao uso da força letal contra manifestantes, considerados como sendo crimes contra a humanidade.

O julgamento da ex-governante ocorreu à revelia, pelo que Sheik Hasina foi condenada por vários crimes contra a humanidade, envolvendo a revolta popular ocorrida em 2024, contra o seu governo que viria a cair, tal como avança a Associated Press.

A mulher governou o país de 2009 a 2024, período em que terá autorizado o uso de forças letais contra manifestantes que exigiam a demissão do seu governo.

O julgamento foi realizado à revelia, pelo facto de a ex-governante, conhecida como dama de ferro, estar na Índia foragida.

Em Julho de 2024, a BBC publicou um áudio em que Sheikh Hasina orientava o uso da força letal.

Na gravação áudio, Hasina é ouvida a autorizar forças de segurança a utilizarem “armas letais” contra os manifestantes “onde quer que estivessem”.

“Emiti uma ordem pública agora. Agora, vão usar armas letais. Onde quer que os encontrem, disparem”, disse a ex-líder do Bangladesh, que deixou o cargo em 05 de Agosto e fugiu para a Índia, onde supostamente ainda está a residir.

Entre o início de Julho e Agosto de 2024, mais de 1.400 pessoas morreram nos protestos estudantis contra Sheikh Hasina, que começaram de forma pacífica, de acordo com um relatório da ONU.

Só em 05 de Julho, segundo o documentário da BBC, pelo menos 52 pessoas foram mortas em Jatrabari, um bairro movimentado de Daca, quando a polícia disparou indiscriminadamente contra manifestantes.