Economia
Estabilidade do dólar durante 10 meses no regime flexível é preocupante, diz economista
O economista José Lumbo disse à Rádio Correio da Kianda, disse que tem estado a verificar um conjunto de alterações e estagnação nas principais moedas estrangeiras de referência, desde que o Banco Nacional de Angola (BNA), adoptou o regime de câmbio flexível.
A reacção do economista surge, por conta de dados que dão conta que o dólar norte-americano, durante os primeiros 10 meses do ano, os números do mercado primário apontaram para uma estabilização nos 912 kwanzas, estando pelo menos 2,949 kwanzas acima, face ao período homólogo, com uma variação de apenas 9,68%.
Ao passo que o euro registou uma variação de 13,3% durante o período em análise, saindo dos 942,734 kwanzas que cada euro custava em Janeiro, para mil 1.068,401 kwanzas em Outubro.
Para o especialista, o regime flexível deixa de ser nalgumas vezes sobretudo para o dólar, e levante uma possível intervenção do BNA para estagnar o câmbio, o que na sua visão tornasse preocupante por ser anormal em regime flexível, destacando a necessidade de o Banco Central prestar alguns esclarecimentos a respeito, sob pena de se concluir que o regime está a ser administrado e intervencionado.
“Aqui de acordo com esta perspectiva, posso assegurar que há uma possível intervenção do Banco Central, como resultado desta estabilização do dólar” sustentou.
José Lumbo esclarece que a oscilação da taxa de câmbio do euro face ao kwanza, deve-se a procura e interesse pela moeda que tem estado a aumentar por parte da população por conta do fácil acesso registado actualmente no mercado, o que na sua perspectiva de acordo com a lei da demanda acaba por valorizar euro face ao dólar que está estagnado, aumentando o seu preço.
“Mas há aqui também outra perspectiva antiga, que precisa ser levantada, que é o mercado informal, que regista um fácil acesso a moedas estrangeiras face ao mercado formal que se debate com excesso de burocracias” sublinhou, destacando a necessidade urgente de se combater este “mal”, que de acordo com a visão do economista continua a corroer o poder de compra das famílias.
Entretanto vale sinalizar que, a primeira tendência de variação da moeda norte-americana, registou-se em Abril quando um dólar passou a custar 911,955 registando uma variação pouco expressiva de 0,0049%, ao passo que nos meses seguintes, a tendência de estabilidade manteve-se com o mês de Outubro a fechar com uma diferença de pelo menos 0,022 cêntimos de kwanzas, sendo que cada dólar custa a esta altura, pelo menos 911,978 kwanzas.
