Economia
Empresário apela à redução da burocracia para dinamizar a economia angolana
O empresário Vando Matias, defendeu esta quinta-feira, 16, que Angola precisa reduzir a presença excessiva do Estado na economia e eliminar os entraves burocráticos que dificultam o investimento privado e a criação de empregos.
Ao intervir no programa Capital Central da Rádio Correio da Kianda, o também empreendedor digital considerou que, apesar dos sinais de melhoria no ambiente de negócios, a economia nacional continua refém de obstáculos estruturais que travam o crescimento e a competitividade das empresas.
“O país está a melhorar, mas há muitos entraves que precisam ser desbloqueados para que o ambiente económico e de negócios seja realmente favorável, capaz de atrair investidores e permitir que as empresas nacionais invistam mais”, afirmou.
Segundo Vando Matias, o peso excessivo do Estado na economia constitui um dos principais factores que limitam a capacidade de investimento privado.
“Temos muito Estado, muito Governo na economia e isso não é bom. O Estado é, ao mesmo tempo, o maior cliente e o maior devedor, o que retira às empresas a capacidade de investir, gerar emprego e melhorar a vida dos cidadãos”, sublinhou o empresário.
Para o gestor, o papel do Estado deve ser o de “regulador e facilitador”, e não o de actor centralizador que interfere directamente nas dinâmicas do mercado.
“Tem sido mais regulador do que facilitador. Há demasiadas licenças e autorizações para tudo, e mesmo com iniciativas como o Simplifica, nós, que trabalhamos na economia real, continuamos a sentir muita burocracia”, apontou.
O empresário frisou que a liberdade económica é condição essencial para o progresso social e o crescimento sustentável do país.
“Não podemos falar em melhorar as condições de vida do povo sem aprofundar a liberdade económica. É preciso reduzir os entraves e permitir que as pessoas acedam aos sectores económicos com facilidade, desenvolvendo as suas actividades sem obstáculos desnecessários”, defendeu.
Vando Matias destacou ainda a necessidade de garantir que os cidadãos tenham acesso real à riqueza nacional, por meio de políticas inclusivas e processos mais simples e transparentes.
“Temos um país muito rico em recursos naturais, mas uma população muito pobre. O Estado deve criar mecanismos e leis que tornem fácil a qualquer cidadão nacional aceder às riquezas do país, sem precisar passar por quatro ou cinco instituições para o mesmo fim”, concluiu.
As declarações do empresário reforçam o debate sobre a necessidade de aprofundar a liberdade económica e reduzir a intervenção estatal, como caminho para um ambiente de negócios mais dinâmico e competitivo, capaz de gerar riqueza e bem-estar para os angolanos.