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Dados sobre salários de directores-gerais revela desigualdades entre angolanos, diz especialista

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O especialista em Desenvolvimento Social, Pedro Calunga, disse nesta terça-feira, 23, à Rádio Correio da Kianda, que os dados que dão conta que os salários mais altos do país chegam aos 17 milhões de kwanzas mensais, atribuídos a directores-gerais, enquanto os mais baixos, de motoristas, rondam os 100 mil kwanzas, revela muito mais do que números, pelo facto de mostrar a desigualdade que marca a vida de muitos angolanos.

O Relatório do Emprego em Angola 2024, elaborado pelo Centro de Investigação Económica da Universidade Lusíada (Cinvestec), divulgado esta segunda-feira, com base em dados recolhidos entre 2020 e Junho de 2024 através da plataforma de emprego Jobartis, mostra que a diferença entre as remunerações mais elevadas e as mais baixas atinge 340 vezes.

Para Pedro Calunga, é difícil aceitar que, no mesmo mercado de trabalho, uns possam viver com tanto e outros tenham de se virar com tão pouco.

“É difícil aceitar que, no mesmo mercado de trabalho, uns possam viver com tanto e outros tenham de se virar com tão pouco. Quem recebe 100 mil kwanzas por mês, hoje, mal consegue garantir alimentação, transporte e energia para a família” frisou.

Para o especialista, o problema não está no facto de os cargos de topo não merecem boas remunerações, mas sim na distância enorme que separa esses salários dos trabalhadores de base, que também são fundamentais para o funcionamento da sociedade.

“Não se trata de dizer que os cargos de topo não merecem boas remunerações. O problema é a distância enorme que separa esses salários dos trabalhadores de base, que também são fundamentais para o funcionamento da sociedade. Afinal, sem o motorista que ganha 100 mil, o director-geral que recebe milhões nem sequer teria como se deslocar” destacou o especialista.

Pedro Calunga, considera por isto, ser urgente repensar as políticas salariais em Angola, e criar mecanismos para mais valorização do trabalho de base.

Importa referir que o Governo revelou que 59.627 funcionários públicos ocupam cargos de Direcção e Chefia, o que representa 14% do total dos quadros da Administração Pública.

Estes números foram avançados pelo secretário de Estado para Administração Pública, Domingos Filipe, durante o 12.º Briefing do Ministério da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social (MAPTSS), realizado em Luanda.

No global, o Executivo gasta anualmente cerca de 7 mil milhões de kwanzas para pagar salários da Função Pública, que em 2024 registava 426.632 trabalhadores distribuídos entre o regime geral e o especial.

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