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Corte de combustível causou queda de avião na Índia, revela relatório preliminar

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A queda do avião da Air India, ocorrida a 12 de junho deste ano, foi provocada por um corte simultâneo no fornecimento de combustível aos dois motores da aeronave, segundos após a descolagem. A conclusão consta no relatório preliminar tornado público pela Direcção de Investigação de Acidentes Aéreos da Índia (AAIB), que lidera o inquérito.

O voo AI-171, operado por um Boeing 787 Dreamliner com destino a Londres Gatwick, despenhou-se 32 segundos depois de levantar voo do aeroporto de Ahmedabad, causando a morte de 241 pessoas a bordo e mais 19 em terra, totalizando 260 vítimas mortais. Apenas um passageiro sobreviveu, com ferimentos graves.

De acordo com o relatório, os interruptores de cutoff – responsáveis por controlar o fluxo de combustível para os motores – foram acionados para a posição de corte (“cutoff”) quase simultaneamente, de forma ainda inexplicável. O áudio recuperado da cabine regista um momento de tensão entre os pilotos, quando um deles pergunta: “Por que cortaste o combustível?”, ao que o outro responde: “Eu não fiz isso.”

Os dois pilotos tinham ampla experiência. O comandante Sumeet Sabharwal acumulava mais de 15 mil horas de voo, enquanto o co-piloto Clive Kunder contava com mais de 3.400 horas. Ambos perderam a vida no acidente.

Segundo o relatório da AAIB, não há indícios de sabotagem, colisão com aves ou falha estrutural. No entanto, foi registada uma falha técnica horas antes do voo, relacionada com o sensor de estabilização do avião, o que pode indicar negligência na manutenção.

Um alerta semelhante foi emitido pela Administração Federal de Aviação dos EUA (FAA) em 2018, advertindo sobre riscos no sistema de cutoff do modelo 787, especialmente quando os mecanismos de travamento não são revistos de forma adequada.

Air India e a fabricante Boeing, juntamente com especialistas da aviação civil do Reino Unido e dos Estados Unidos, continuam a acompanhar as investigações. Até agora, a causa exacta do acionamento dos interruptores permanece sem explicação conclusiva.

Este é o acidente aéreo mais grave na Índia nos últimos 10 anos e o primeiro do género a envolver um Boeing 787 desde a introdução do modelo em 2011.

O relatório final será divulgado nos próximos 12 meses, devendo aprofundar as responsabilidades técnicas e operacionais do sinistro que chocou o país e o mundo.

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