Sociedade
Camionistas angolanos proibidos de entrar na RDC
Os camionistas angolanos estão novamente proibidos de entrar na República Democrática do Congo, pelas autoridades congolesas que agora exigem o visto de migratório à entrada, reproduzindo o procedimento de Angola, que há anos exige aos camionistas congoleses este documento para entrarem no território angolano.
A medida surge depois que o governo angolano decidiu cobrar o mesmo valor da taxa aduaneira de quatro mil dólares, valor que os transportadores angolanos pagam na RDC.
Em consequência destas proibições, os camionistas angolanos ameaçam decretar greve nos próximos dias, caso não haja uma posição mais firme das autoridades angolanas em relação ao impedimento de entrada na República Democrática do Congo.
A manifestação foi apresentada esta terça-feira durante um encontro entre a Associação dos Transportadores Rodoviários (ATROMA) e a polícia fiscal aduaneira.
Segundo Licínio Fernandes a situação dos camionistas angolanos voltou a agudizar-se esta semana com a proibição de circulação por parte das autoridades da RDC.
Apesar de o decreto que espelha a reciprocidade no pagamento da taxa aduaneira ainda não estar em vigor, os congoleses exigem agora ser eles a transportar as mercadorias para o seu território.
Segundo a ATROMA, a solução passa também pela aplicação de medidas recíprocas.
Chamado a comentar, o especialista em Relações Internacionais, Crisóstomo Chipilica, lamentou a situação constrangedora entre os dois países irmãos, que dificulta o comércio internacional.
Crisóstomo Chipilica considerou de discriminatório o posicionamento do governo congolês, e afirmou que a situação vai prejudicar o empresariado nacional.
Crisóstomo defendeu a criação de um mecanismo de mobilidade à nível da região austral, com objectivo de facilitar o livre comércio regional.
“Angola devia criar uma comissão multissectorial para identificar a nível do comércio quais vantagens beneficiam os empresários angolanos e dar um impulso a nossa economia”, afirmou o especialista.
Ouça os comentários no Jornal da Tarde da Rádio Correio da Kianda