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Analistas reagem à candidatura de Higino Carneiro ao cadeirão máximo do MPLA

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O general na reforma, Higino Carneiro oficializou a sua pré-candidatura à liderança do MPLA, num momento em que o partido se prepara para o seu próximo Congresso Ordinário.

De acordo com o manifesto com 31 pontos divulgado esta sexta-feira, Higino Carneiro defende a revalorização do militante de base, reestruturação dos Comités de Acção do Partido (CAP), afirmando que é preciso ouvir quem está mais próximo do povo.

Em torno do assunto, alguns analistas manifestaram-se esta sexta-feira ao Correio da Kianda.

Do ponto de vista do politólogo João Mateus, a oficialização da pré-candidatura de Higino Carneiro trás a público a existência de uma divisão no partido dos camaradas, o que justifica a simpatia do general dentro das estruturas de bases do partido.

Entretanto, o especialista disse que os índices de popularidade pouco ou nada pesam na sua candidatura, ou seja, sem a falta de apoio das estruturas do partido, Higino Carneiro terá menos chances de chegar à presidência do MPLA.

“Nós temos um regime político em que o candidato vai a reboque dos partidos, não em função da sua capacidade de mobilização.

É o partido que projecta o cidadão, quer dizer, se um indivíduo tem o apoio do partido, ele já tem 50% de chances de chances de ganhar as eleições”, conferiu.

Por seu turno, o cientista político, Eurico Gonçalves encara a futura liderança do MPLA, como um tema pertinente que mereceu também atenção na recente entrevista que o Presidente João Lourenço concedeu a TPA, pelo que aguarda-se uma nova liderança do partido.

“Com estes dois eventos, aguarda-se em silêncio, sem certeza e certos no surgimento de um futuro líder do MPLA fora dos actuais perfis, quer de Higino Carneiro, quer de outros que consideram a predestinação como sendo parte integrante para a liderança do MPLA”, disse.

Em seu pronunciamento, o Jurista Fernando Cawewe disse que o manifesto de Higino Carneiro, divulgado esta sexta-feira, representa uma viragem de pensamento juridicamente relevante, poi acredita que o camarada conseguirá adaptar-se aos novos tempos.

Atendendo ao facto de que o estatuto do MPLA prevê múltiplas candidaturas para a presidência do partido, Fernando Cawewe entende que este é o melhor momento para sinalizar a sua total democratização.

O jurista disse ainda que o acto representa para a oposição expectante, uma oportunidade de criação de pontes e consolidação da democracia no país.

“O facto representa para a oposição uma oportunidade de ver qual será o posicionamento verdadeiro de Higino Carneiro, que acredito, não fará impedimentos para que a democracia morra com o MPLA” concluiu.

Segundo o manifesto, Higino Carneiro garante que pretende resgatar os valores históricos do MPLA, promovendo uma reconciliação interna, o retorno de antigos militantes afastados e uma aposta clara na juventude, sempre com foco na inclusão, mérito e no combate à imposição de lideranças.

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