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“Agricultura esquecida e assimetrias regionais travam desenvolvimento”, diz economista

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O economista Fábio Manuel defendeu, a necessidade de Angola olhar para além do sector petrolífero e apostar de forma estratégica noutros sectores capazes de impulsionar o crescimento económico e melhorar a qualidade de vida da população.

Falando à Rádio Correio da Kianda, o especialista destacou o sector primário, com particular enfoque na agricultura, como a principal base para a sustentação de uma nação.

Segundo Fábio Manuel, apesar do potencial agrícola do país, os resultados alcançados até ao momento estão aquém das expectativas, situação que, no seu entender, ajuda a explicar as dificuldades persistentes na redistribuição dos rendimentos e no bem-estar das famílias. O economista sublinhou que, sem uma agricultura forte e produtiva, torna-se difícil assegurar um crescimento económico equilibrado e sustentável.

O analista económico reconheceu os esforços do Executivo na construção de infra-estruturas sociais, como escolas e hospitais, mas alertou que estes avanços têm sido essencialmente quantitativos. Para Fábio Manuel, o grande desafio reside agora na dimensão qualitativa, questionando que tipo de ensino será ministrado nas novas escolas e que qualidade de serviços de saúde será efectivamente prestada nos hospitais construídos.

No seu comentário, o economista recorreu a referências clássicas da ciência económica para sustentar a sua análise. Citou Adam Smith, autor de A Riqueza das Nações, ao defender que o crescimento económico gera produtividade e bem-estar, e recordou ainda a ideia de que o crescimento é um meio, enquanto o desenvolvimento económico é o verdadeiro fim. Neste sentido, advertiu que o crescimento económico, por si só, perde relevância se não se reflectir de forma concreta na vida do cidadão comum.

Fábio Manuel chamou igualmente a atenção para a necessidade de uma visão mais abrangente do desenvolvimento nacional, defendendo que as políticas públicas não devem concentrar-se apenas nas grandes cidades, como Luanda e Benguela. O economista apelou a um olhar atento para os municípios do interior, como Belize e Curoca, entre outros, como forma de garantir melhores condições de vida para todas as populações.

Para o especialista, o combate às assimetrias regionais é determinante para a melhoria efectiva da qualidade de vida dos cidadãos e para a construção de um desenvolvimento económico verdadeiramente inclusivo em Angola.

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