Suspensão do mandatário de Massanga Savimbi em Luanda pode consolidar ruptura na UNITA, dizem analistas

O especialista em ciência política, Eurico Gonçalves, disse à Rádio Correio da Kianda, que a suspensão de mandatário de Massanga Savimbi, Domingos Palanga, pela Comissão Nacional de Jurisdição da UNITA, se traduz num um sinal de que o partido está afirmar a autoridade institucional.

A reacção do especialista surge na sequência de informações que apontam que Domingos Palanca, foi suspenso por tempo indeterminado pelo facto de ter concedido uma entrevista amplamente divulgada nas redes sociais, consideradas pelo Galo Negro como atentatórias à honra e à boa imagem dos membros da direcção.

Para Eurico Gonçalves, a abertura do processo coloca em evidência tensões internas, e Massanga Savimbi perde um operador importante em Luanda, pelo que deve reorganizar e substituir por alguém com capacidade para manter a dinámica.

“A suspensão de Domingos Palanca não é apenas um acto disciplinar, mas sim, um sinal de que o partido está a afirmar a autoridade institucional. A abertura do processo em si só, coloca em evidência tensões internas, e a disputa pela legitimidade das campanhas, pelo que, a direcção da UNITA deve esclarecer as razões da suspensão, para evitar leituras de perseguições internas” sublinhou.

O especialista entende que a diferente corrente de pensamento, bem como a forma como a suspensão é percebida senão for bem gerida, o afastamento de Domingos Palanga, poderá consolidar um ponto de ruptura na UNITA.

Já para o analista de assuntos políticos, Rui Kandove, esta suspensão pode ser mal interpretada, pelo facto desta decisão manifestar uma excessiva preocupação de Adalberto Costa Júnior, com a possibilidade de Massanga Savimbi disputar o cadeirão máximo do galinheiro de igual para igual.

O especialista disse também que esta suspensão é suspeita porque o órgão que tomou tal decisão deveria estar também suspenso durante o decurso do conclave, aprazado para os dias 28, 29 e 30 deste mês.