África
Sahel: AES volta acusar France 24 e RFI de fazerem apologia ao terrorismo

Os ministros responsáveis pela Justiça na Aliança dos Estados do Sahel reuniram esta segunda-feira, 15, em Niamey, para o fortalecimento da integração jurídica e judicial dentro da confederação da AES. Durante o encontro, voltaram a acusar órgãos de comunicação internacional de apologia ao terrorismo.
Na reunião, que decorreu sob instruções dos Chefes de Estado do Burkina Faso, Capitão Ibrahim Traoré, do Mali, General do Exército Assimi Gota, e do Níger, General do Exército Addourahamane Tiani, foram discutidas a visão da AES sobre questões de justiça e direitos humanos.
Os participantes recordaram que encaminharam ao Tribunal Penal Internacional (CPI), queixas contra a França e a Ucrânia por, segundo disseram no comunicado divulgado após o encontro, apoiarem e fazerem apologia ao terrorismo.
Também recordaram que foram instaurados processos perante tribunais nacionais contra veículos de comunicação internacionais, como France 24, Rádio France Internationale (RFI) e TV5 Monde por, segundo alegaram, adoptarem uma linha editorial favorável à apologia ao terrorismo.
“É importante fazer um balanço de todos os compromissos assumidos e, em particular, da implementação do roteiro que os comités técnicos nacionais de monitoramento devem seguir, a fim de dar cumprimento a esses compromissos e fazer nossa confederação avançar nos projectos de integração judicial e jurídica”, disse o Primeiro-Ministro interino, Major-General Mohamed Youmba, que presidiu o encontro.
Recordar que o Mali, o Níger e o Burkina Faso oficializaram em Janeiro deste ano as suas saídas do Bloco da África Ocidental (CEDEAO), rompendo laços após anos de relações tensas que remodelaram as rotas comerciais no Sahel.
Os países do Sahel anunciaram os seus planos de saída em 2024, depois de acusarem o organismo de ser influenciado por antigas potências coloniais.
Os governos militares formaram então a Aliança dos Estados do Sahel (AES) e anunciaram planos para criar uma força militar conjunta de 5.000 soldados para “combater o terrorismo”.