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Hamas nega que mortos em ataque israelita sejam líderes do grupo
“O ataque à equipa de negociação quando os seus membros discutiam a proposta do presidente dos EUA, Donald Trump [sobre Gaza] demonstra que [o Primeiro-Ministro israelense Benjamin] Netanyahu e seu governo não estão dispostos a assinar um acordo de paz e buscam anular todos os esforços que estão sendo feitos por outros países nesse sentido”.
Com a afirmação acima, divulgada em comunicado, o Hamas condenou na noite desta terça-feira, 09, o ataque israelita aos membros do grupo que estavam reunidos em Doha, no Qatar, tendo, igualmente, refutado a informação que os seis mortos seriam altos funcionários do grupo.
Mais cedo, a imprensa local havia divulgado que o líder do Hamas na Faixa de Gaza e chefe do grupo de negociação Khalil al-Hayya, o chefe do gabinete de relações exteriores do movimento Khaled Mashal, o comandante da célula radical na Cisjordânia Zaher Jabarin e o membro do Politburo do Hamas Nizar Awadallah, haviam sido mortos no ataque israelense.
“Confirmamos que a tentativa inimiga de matar membros das delegações nas negociações fracassou”, lê-se no comunicado publicado no canal do Hamas do Telegram.
Contudo, o grupo palestiniano confirmou que o ataque em Doha matou seis pessoas, incluindo um filho do líder do movimento em Gaza, Khalil al-Hayya, Humam, e um militar do Qatar.
Segundo o Hamas, o grupo prossegue exigindo cessar-fogo em Gaza: “este passo covarde não nos fará mudar nossa posição: continuamos exigindo o fim imediato da agressão em Gaza, a retirada das tropas de lá e uma troca de prisioneiros, bem como a restauração do enclave”.
O ataque desta terça-feira, 09, foi reivindicado pelas Forças de Defesa de Israel (IDF), que agiram em coordenação com o Serviço de Segurança Geral (SHABAK), que, no entanto, não avançaram quais locais foram atingidos.
“A acção de hoje contra os principais líderes terroristas do Hamas foi uma operação israelense totalmente independente. Israel a iniciou, Israel a conduziu e Israel assume total responsabilidade”, disse a IDF.
Resposta dos EUA
Em conversa telefónica com o emir do Qatar, xeque Tamim bin Hamad Al Thani, divulgada pelo site do gabinete do monarca, Donald Trum terá expressado solidariedade a Doha e “condenado as invasões à soberania” do emirado.
“O presidente dos Estados Unidos apreciou muito os esforços de mediação do Qatar entre as várias partes do conflito e pediu ao emir que não pare de participar das negociações sobre um cessar-fogo em Gaza”, lê-se na nota.
