RDC: figura da oposição defende mediação da Igreja com apoio da União Africana

A figura da oposição política na República Democrática do Congo (RDC), Martin Fayulu, exigiu na sexta-feira última, 23, um cessar-fogo imediato no leste daquele país vizinho.

Por intermédio de sua rede social X citada pela imprensa local, afirmou que “a reunião em Doha, no Catar, deve perseguir um objectivo: impor cessar-fogo e a implementação da Resolução, que o resto é uma questão de diálogo inclusivo entre os congoleses”.

O presidente da coalização denominada “Lamuka”, insiste que todas as outras questões devem ser abordadas por meio de um diálogo inclusivo entre os congoleses, mediado pela Conferência Episcopal Nacional do Congo (CENCO) e pela Igreja de Cristo no Congo (ECC), com o apoio da União Africana.

Esta reacção de Fayulu surge numa altura em que uma alta autoridade do Catar disse ter compartilhado com governo da RDC e os rebeldes do M23, um projecto de acordo para acabar com os combates no leste daquele país vizinho.

A informação divulgada pela imprensa da RDC há uma semana, avança que a fonte envolvida nos esforços de mediação disse que “reconhece os desafios no terreno e espera que possam ser superados prontamente por meio do diálogo e do compromisso genuíno”.

Martin Fayulu para além de exigir um cessar-fogo, defendeu igualmente a necessidade de se garantir a implementação estrita da Resolução nº 2773 do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

Esta resolução, adoptada em 2022, condena o apoio militar de Ruanda ao M23, exige a retirada imediata das tropas ruandesas do território congolês e pede ao M23 que cesse as hostilidades.

Embora a mediação do Catar tenha proposto um acordo de paz abrangente, os combates continuam no terreno, particularmente em Kivo do Norte, numa clara violação do cessar-fogo assinado anteriormente em Doha.