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Presidente do MEA elogia polícia e anuncia continuação da luta estudantil

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O Movimento dos Estudantes Angolanos (MEA) realizou, neste sábado, 19, mais uma manifestação pacífica em Luanda.

A mobilização visava repudiar a subida das propinas, exigir melhores condições de ensino e mais investimento na educação superior.

O protesto, inicialmente pensado para decorrer entre o bairro São Paulo e o Ministério das Finanças, acabou por ser parcialmente travado pela presença policial nas imediações do Zé Pirão. Ainda assim, os estudantes conseguiram cumprir o que consideram ser o principal objetivo do dia: a leitura pública do manifesto.

Em declarações exclusivas ao Correio da Kianda, o presidente do MEA, Francisco Teixeira, garantiu que a manifestação foi bem-sucedida e sem confrontos, elogiando inclusive o comportamento da polícia:

“Os objetivos foram preconizados. Conseguimos ler o manifesto e não obedecemos à imposição de ir para o lado do Sueto, que era ilegal. Lemos o manifesto no Zé Pirão e voltamos para casa. A polícia comportou-se bem. Não temos problema com a polícia, até porque cumprimos com o itinerário combinado na reunião”, disse.

Teixeira aproveitou a ocasião para anunciar que o movimento não vai parar. Segundo ele, novas acções estão em curso, incluindo uma petição que será entregue ao Ministério das Finanças e a outras instâncias superiores.

“Vamos continuar a nos manifestar. Este é apenas o começo. O país precisa ouvir a juventude, e a nossa luta é por uma Angola mais justa e com ensino digno.”

A manifestação desta manhã gerou uma onda de especulações nas redes sociais, especialmente após a interrupção parcial dos serviços de internet em algumas zonas da capital. Muitos chegaram a ligar a falha técnica à tentativa de silenciar a mobilização estudantil. No entanto, a Angola Cables veio a público desmentir qualquer relação, esclarecendo que o incidente se deveu a danos em cabos de fibra óptica causados por obras na via pública.

A actuação pacífica dos estudantes, aliada ao profissionalismo da polícia, foi vista por muitos analistas como um sinal de maturidade democrática, num contexto em que o direito à manifestação continua a ser tema sensível em Angola.

Francisco Teixeira reforça que o movimento continuará a pautar-se pela não violência, pela legalidade e pelo diálogo com as instituições, deixando claro que os estudantes não se vão calar diante dos problemas estruturais que afectam o ensino no país.

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