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Taiwan prestes a ser o novo centro de tensão militar opondo EUA e China

Depois de os EUA exigirem posição firme do Japão em caso de a China atacar Taiwan – Pequim intercepta aeronave militar de Tóquio.

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Taiwan pode vir a ser o mais novo centro de tensão militar, mas com um particular, dado que tem o potencial de envolver em confronto directo as duas grandes potências militares e económicas, nomeadamente os EUA e a China.

Durante o mandato de Joe Biden à frente da Casa Branca, os EUA avisaram o governo de Xi Jinping, de que apoiariam Taipé, em caso de uma invasão por parte de Pequim, que ambiciona recuperar a Ilha pelo menos até antes de 2035.

Na semana passada, a Administração Trump enviou uma missiva ao Japão e à Austrália, pedindo uma posição firme e clara sobre a posição que ambos os países deverão adoptar em caso de a China invadir Taiwan, visando derrubar o governo democraticamente eleito e atrelar a Ilha à geografia chinesa.

Taipé, uma democracia real e com mais de 24 milhões de habitantes, se recusa a voltar a ser administrada pela China – o que se vier a acontecer, significará o fim dos partidos políticos existentes, e da democracia nos seus vários outros domínios, e adverte que não se vergará sem lutar.

Além de seu aspecto democrático, Taiwan é, de acordo com dados deste ano de 2025, a 21ª maior economia do mundo, e sua recuperação pela China, tem o potencial de tornar Pequim inevitavelmente na maior economia do mundo.

Com o pedido de assumpção de um compromisso da Austrália e do Japão em relação à uma eventual guerra por Taiwan, os EUA desejam ter a certeza sobre com quem poderão contar em caso de um confronto militar directo com a China pela Ilha.

E embora a Austrália e o Japão não tenham ainda deixado claro sobre o que farão em prol de Taiwan, sublinhando que até os EUA têm sido ambíguos em relação à matéria, a China mantém-se atenta a todas as movimentações, e na semana passada, registou-se um clima de tensão entre Tóquio e Pequim, que envolveu as duas forças armadas.

O incidente ocorreu quando um caça-bombardeiro chinês JH-7 se aproximou de uma aeronave de inteligência electrónica japonesa YS-11EB a uma distância considerada insegura pelas autoridades japonesas, que apresentaram um protesto formal sobre a manobra ao gigante asiático.

Entretanto, em reacção, o porta-voz do Ministério da Defesa chinês, coronel Jiang Bin, afirmou que as aeronaves de reconhecimento japonesas entraram na Zona de Identificação de Defesa Aérea do mar do leste da China em “múltiplas ocasiões” para realizar “reconhecimento de aproximação”.

Esta zona aérea, refere-se, que inclui as ilhas Senkaku, administradas por Tóquio, mas reivindicadas por Pequim sob o nome de Diaoyu – foi anunciada unilateralmente pela China em 2013 e não é reconhecida pelos vizinhos Japão e Coreia do Sul.

“As aeronaves militares chinesas, em conformidade com a lei, realizaram verificações de identificação, rastreio e vigilância, e todas as acções correspondentes foram completamente legítimas, razoáveis, profissionais e em conformidade com os regulamentos”, sublinhou Jiang Bin, tendo acrescentado que as actividades de “aproximação e interferência” por parte de navios e aeronaves japonesas “são a causa raiz dos riscos para a segurança aérea e marítima entre a China e o Japão”.

“Esperamos que o lado japonês avance na mesma direção que a China e crie um ambiente favorável ao desenvolvimento estável das relações bilaterais”, concluiu o militar, em declarações citadas pela televisão estatal chinesa CCTV.

Separação de Taiwan a China

A separação política e administrativa entre a Ilha de Taiwan e a China remonta a 1949, quando os militantes do Partido Nacionalista Chinês fugiram para a Ilha, após terem perdido a guerra civil contra os militantes do Partido Comunista. A organização política hoje liderada por Xi Jinping tomou toda a China, mas escusou-se em perseguir os nacionalistas que acabaram por se autogovernar.

Actualmente, a Ilha é responsável por 80% da produção mundial de chips e semicondutores, que são materiais utilizados para a condução de correntes eléctricas, a matéria-prima para a produção dos chips que integram os mais diversos aparelhos electrónicos como automóveis, smartphones, televisores, videogames, computadores, bem como armas sofisticadas.

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