Parlamento não pode permanecer alheio à nova realidade imposta pelas tecnologias digitais, diz Carolina Cerqueira

Foi defendido esta terça-feira, 01, em Luanda, pela presidente da Assembleia Nacional, o uso da inteligência artificial para a modernização dos parlamentos.

“O Parlamento, enquanto pilar da democracia, não pode permanecer alheio à nova realidade imposta pelas tecnologias digitais”, afirmou a líder parlamentar, defendendo um uso ético e responsável da IA no serviço público.

Carolina Cerqueira defendeu esta posição aquando do workshop sobre os desafios e oportunidades do uso da inteligência artificial nos parlamentos.

O evento é uma iniciativa da Assembleia Nacional, enquadrada no ciclo de actividades comemorativas dos 50 anos da Independência Nacional.

Para Carolina Cerqueira, a “inteligência artificial apresenta-se como um instrumento poderoso para a modernização dos processos e procedimentos parlamentares, apesar de ter também reconhecido os riscos associado ao uso dessa ferramenta, caso não seja acautelada a sua adequada utilização”.

Carolina Cerqueira sublinhou que a inteligência artificial pode aumentar a eficiência administrativa, facilitar a análise preditiva de políticas públicas, reforçar a transparência e promover a interacção entre Parlamento e cidadãos, através de assistentes virtuais e plataformas participativas.

Contudo, advertiu que os parlamentos devem assumir um papel activo, legislando, fiscalizando e moldando o uso da IA, garantindo que não se torne uma ferramenta de opressão, mas sim de inclusão, liberdade e democracia.

“Os parlamentos não devem ser meros utilizadores passivos da inteligência artificial, mas protagonistas da sua regulamentação e democratização”, defendeu.

A parlamentar alertou para a dupla dimensão da implementação da IA, visto que por um lado promove o progresso, mas por outro lado causa ameaças às medidas tradicionais de segurança.