Sociedade
72% das águas que alimentam principais rios da região têm origem em Angola, revela especialista
O explorador da National Geographic e líder do Projecto Vida Selvagem do Okavango, Steve Boyes, disse esta quinta-feira, 11, que 72 por cento das águas que alimentam os principais rios da região, como o Okavango, Zambeze, Kwanza e Congo, têm origem em Angola.
Estive Boyes, que coordena a missão científica e de conservação ambiental em Angola, em parceria com a Fundação Lisima, salientou ainda que “em Julho deste ano, discutiu-se na COP 30 grandes pontos, um deles foi anunciar que a grande contribuição de água é proveniente da torre d’água de Angola que alimenta grandes rios da região”.
O especialista fez estas declarações à imprensa depois da audiência concedida pela Vice-presidente da República, Esperança da Costa.
Paralelamente, anunciou que uma nova área de conservação em Angola foi inscrita na convenção internacional RAMSAR, dedicada à protecção de zonas húmidas de importância global.
Como parte dos estudos conduzidos entre a National Geographic e a Fundação Lisima, foram identificadas 275 novas espécies animais, incluindo espécies endémicas e grupos de elefantes.
A iniciativa também prevê a extensão de parcerias com universidades angolanas, com vista à formação em níveis de pós-graduação, mestrado e doutoramento nas áreas de ecologia, biologia e conservação.
O director-geral da Fundação Lisima, Elves Zambela, referiu que além da investigação científica estão a ser implementados programas de desenvolvimento comunitário, incluindo produção de mel, artesanato, agricultura sustentável e apoio à saúde e educação, em colaboração com governos provinciais.
Afirmou que “um outro trabalho também importante, que é necessário realizar, é o apoio que têm dado consistentemente na elaboração da Estratégia de Conservação da Biodiversidade da região do Moxico, sendo que isto inclui as duas províncias, o Moxico e o Moxico Leste”.
Já a directora-geral adjunta do Instituto Nacional da Biodiversidade e Áreas de Conservação, Marta Zumbo, disse que Angola está empenhada em aumentar suas áreas de conservação ambiental para 17 por cento do território nacional, conforme compromissos internacionais.
O Projecto Vida Selvagem do Okavango é uma iniciativa liderada pela National Geographic, em parceria com a Fundação Lisima, criada ao abrigo de um protocolo com o Governo de Angola, através dos Ministérios do Ambiente, Cultura e Turismo.
A parceria tem duração prevista até 2032 e actua principalmente nas bacias hidrográficas do Okavango, Kubango, Cuito e Zambeze, com enfoque em ecossistemas, fauna, flora e desenvolvimento sustentável.
