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Economia

Zungueiras com diminuição de 80% na margem de lucro das vendas

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Um estudo sobre o impacto da covid-19 na vida das zungueiras (vendedoras ambulantes) foi apresentado, nesta terça-feira, 15, em Luanda, pela Associação Observatório de Políticas Públicas da Perspectiva do Género (ASSOGE).

O trabalho destaca o facto de as vendedoras registarem a redução das vendas e do seu poder de compra, desde o começo da implementação das medidas restritivas, impostas pelo Governo.

Angola regista, desde 26 de Março último, várias restrições na actividade económica, social, política e académica, impostas para travar a cadeia de transmissão do novo coronavírus.

O país observa, actualmente, uma Situação de Calamidade Pública, que já teve a primeira prorrogação, depois de três períodos de Estado de Emergência (de Março a 26 de Maio).

Ao abrigo destes instrumentos, a venda ambulante tem sido restringida, podendo ser realizada cinco vezes por semana, contra as três vezes que vigoraram até à semana finda.

Conforme o estudo, apresentado pela vice-directora da ASSOGE, Florita Telo, houve acentuar da pobreza monetária das zungueiras, com perdas que variam entre 50 por cento a 80 por cento.

O relatório de 30 páginas, baseado em amostras de entrevista a vendedoras ambulantes de vários pontos da província de Luanda, destaca a diminuição na margem de lucro das vendas.

No período em análise, o estudo destaca que foram intensificadas as intervenções de fiscais e agentes da Polícia Nacional sobre a actividade das zungueiras, sem precisar eventuais números.

Refere que grande parte delas são as principais provedoras económicas das suas famílias, e têm que pagar serviços básicos, como água e energia eléctrica, além de comprar alimentos, nesta fase da Covid-19.

O documento acrescenta que os ganhos diários das vendedoras ambulantes servem apenas para manter a alimentação básica, como chá com pão e o arroz para dieta alimentar das suas famílias.

Na sessão de lançamento, a secretária de Estado dos Direitos Humanos e Cidadania, Ana Celeste Januário, considerou necessário que as zungueiras saibam onde se dirigir quando tivere os seus diretos violados.

“São factos que ocorrem nos bairros e muitas vezes a mulher que viu o seu negócio confiscado, indevidamente, ou que foi espancada, não faz queixa”, expressou.

Informou que há um número elevado de agentes e polícias responsabilizados nos casos em que tenham atitude fora dos protocolos exigidos, ou seja, dos padrões dos direitos humanos.

Já a secretaria de Estado Para a Família e Promoção da Mulher, Elsa Barber, disse que toda pessoa merece dignidade e, no âmbito da inclusão, o seu pelouro tem realizado acções para melhoria da vida da mulher zungueira.

Por Angop

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