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“Vou lutar pelos meus direitos até que este país concorde que a liberdade deve ser completa” – Zuma
O ex-presidente da África do Sul, Jacob Zuma, afirmou esta quinta-feira, 23, que lutará pelos seus direitos após o tribunal superior do país decidir que ele não pode concorrer ao parlamento nas eleições da próxima semana.
O Tribunal Constitucional sul-africano determinou na segunda-feira que a pena de 15 meses de prisão de Zuma por desacato ao tribunal em 2021 o desqualificou para a eleição de 29 de Maio, conforme a Constituição, que impede qualquer pessoa condenada a uma pena de prisão de 12 meses ou mais de ocupar um assento parlamentar.
As decisões do Tribunal Constitucional são definitivas e não podem ser revertidas. “Os juízes do Tribunal Constitucional decidiram que eu não posso exercer a minha liberdade, a minha democracia”, declarou Zuma em um vídeo no YouTube compartilhado pelo seu partido uMkhonto we Sizwe (MK).
“Vou lutar pelos meus direitos até que este país concorde que a liberdade deve ser completa, não para alguns e opressão para outros.”
Apesar do nome de Zuma ser removido da lista de candidatos parlamentares do MK, seu rosto permanecerá nos boletins de voto, pois ele é o líder registado do partido. Zuma apoiou o MK em Dezembro, quando anunciou que não faria campanha para o Congresso Nacional Africano (ANC), que liderou de 2007 a 2017.
Zuma renunciou à presidência da África do Sul em 2018, sob pressão dos aliados do atual líder do ANC, Cyril Ramaphosa, após nove anos como chefe de Estado marcados por escândalos de corrupção e pelo abrandamento do crescimento económico.
A prisão de Zuma em 2021 desencadeou tumultos em sua província natal, KwaZulu-Natal, resultando na morte de mais de 300 pessoas e se transformando em uma onda mais ampla de saques. Havia temores de que a decisão judicial desta semana pudesse provocar uma reação violenta por parte dos apoiantes de Zuma, mas isso não se concretizou.