“Vamos esperar a Casa Branca fazer o anúncio oficial”, diz Embaixador sobre visita de Biden a Angola

O embaixador dos EUA em Angola e São Tomé e Príncipe disse esta terça-feira, 17, que aguarda confirmação da Casa Branca sobre a visita de Joe Biden a Luanda, ainda este ano.

A informação avançada pela agência de notícias Reuters sobre aquela que poderia ser a primeira visita de um presidente norte-americano a Angola, repercutiu fortemente nos meios de comunicação nacionais e internacionais.

Entretanto, o embaixador Tulinabo Mushingi, que falava ao espaço “Grande Entrevista”, da Televisão Pública de Angola, disse que prefere aguardar o anúncio oficial.

“Colocaram esta questão ao presidente da Casa Branca, a Casa Branca recusou-se a comentar sobre esta viagem, por enquanto. Como já sabe, só a Casa Branca controla a agenda do presidente, só a Casa Branca tem acesso ao calendário do presidente, então nós vamos esperar até a Casa Branca fazer qualquer anúncio oficial e depois nós podemos discutir sobre este assunto. Não posso comentar sobre isso, até a Casa Branca dizer qualquer coisa”, disse.

Durante a entrevista, Tulinabo Mushingi ressaltou a importância estratégica do continente africano para os Estados Unidos da América.

“África em geral tem mais ou menos 1,4 bilhões, vai ter 1,4 bilhões de pessoas, mais de 55 países, então, nós não podemos ignorar o que está acontecendo em África e, por isso, que o presidente Biden, mesmo quando ele esteve no Senado, naquela altura ele já estava falando sobre a África, agora mesmo está falando sobre a África”, comentou.

Destacou também que parte disso tem a ver com “o trabalho que os angolanos estão a fazer“: “para mim, como embaixador dos Estados Unidos da América em Angola e em São Tomé e Príncipe, estou muito entusiasmado por saber que o presidente (Biden) está a falar muito sobre Angola e isso tem a ver com o trabalho que os angolanos estão a fazer, mas também o trabalho que a nossa embaixada está a fazer aqui”.

Corredor do Lobito 

“O investimento no Corredor de Lobito faz sentido para os americanos, para os angolanos e para os povos do mundo”.

O embaixador dos EUA em Angola resumiu assim o investimento feito pelo EXIM-Bank (Banco de Exportação e Importação dos EUA) em projectos estratégicos visando o desenvolvimento do Corredor do Lobito, avaliado em 1,3 mil milhões de dólares norte-americanos.

“Este investimento vai criar empregos ao longo do Corredor, vai dar a transferência de tecnologia nesta área, vai trabalhar com as telecomunicações neste corredor, também ligar diferentes agricultores que trabalham nesta área”, argumentou.

E não só, “se olharmos a nível regional, estamos a falar de conexão regional, integração regional entre o Congo Democrático, a Zâmbia, por enquanto. Mas o sonho é para alargar e continuar até o Oceano Índigo e oceano, então ligar ambos os oceanos, oceano Atlântico e oceano Índigo. No nível internacional, nós estamos a olhar que agora mesmo há três companhias europeias que estão a trabalhar lá com o investimento dos Estados Unidos da América”, avançou, Tulinabo Mushingi.

Segurança regional

À TPA, o embaixador dos EUA em Angola, assegurou que o seu país quer continuar a trabalhar com o Governo angolano em prol da segurança regional.

“Na área da diplomacia, estamos a acompanhar todos os esforços do povo angolano, do Governo angolano para a estabilidade e a segurança regional. A segurança regional, a estabilidade em Angola, na região e no mundo inteiro é um assunto onde nós queremos continuar a trabalhar com Angola para ver o que nós, ambos os países, com outros parceiros também, o que podemos fazer sobre manter a segurança e a estabilidade nesta região”, garantiu.

Em termos diplomáticos, Tulinabo Mushingi ressaltou o que considera como crescimento das relações entre os EUA e Angola.

“Nos últimos três, quatro anos, quatro, cinco anos, a relação subiu, subiu muito. É um percurso muito, muito interessante. Neste tempo mesmo, eu estou muito feliz para ver o nível das relações diplomáticas entre Angola e os Estados Unidos da América. No ano passado, nós celebramos o 30º ano de relações diplomáticas e durante todos os anos, Angola sempre foi um assunto que nós tínhamos na nossa política”.

E ressalto: “Estamos muito felizes ao ver os resultados que atingimos durante os últimos anos“.

Visita de Biden: Angola feita na maior placa giratória do Ocidente na SADC