UNITA sem espaço de manobra na indicação de comissários eleitorais, considera analista

Sobre os Comissários eleitorais a serem indicados pela UNITA, cujo prazo termina esta quarta-feira, 17, o politólogo Rui Kandove pensa que, no âmbito do cumprimento da lei, não resta muito espaço de manobra à UNITA, se não enviar a sua lista.

Entretanto, entende também que, do ponto de vista político, a UNITA não está feliz com a actual modalidade de composição da CNE e, portanto, vai extremar ou vai criar condições para negociar, nem que para o efeito tenha de recorrer aos extremos.

O académico, considera de um jogo político, a UNITA está no seu direito de reivindicar alterações, propor outros modelos de entendimento.

Kandove, disse ainda que, “resta saber se haverá disponibilidade do MPLA em rever as modalidades de composição da Comissão Nacional Eleitoral, mas, pelo que é domínio público e das narrativas e das vontades políticas, não acredita que vai haver uma evolução no sentido de responder à expectativa dos militantes ou, nesse caso concreto, da direcção da UNITA”, rematou.

Conforme publicado pelo Correio da Kianda anteriormente, uma fonte bem posicionada da direcção da UNITA, sem gravar a entrevista, garantiu à Rádio Correio da Kianda que, o assunto dos quatro comissários a serem indicados pelo partido liderado por Adalberto Costa Júnior, está em discussão nesse momento, e poderá ser decidido nas próximas horas.

Recorde-se que a Assembleia Nacional atribuiu, na CNE, nove lugares ao MPLA, quatro à UNITA e um representante indicado por cada um dos outros três partidos com assento parlamentar, a saber, o Partido da Renovação Social (PRS), o Partido Humanista de Angola (PHA) e a Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA), tendo a UNITA contestado tal distribuição junto ao Tribunal Constitucional, sob alegação de que viola “os princípios de equilíbrio institucional e proporcionalidade”.

Entretanto, os dois pedidos apresentados pelo Grupo Parlamentar da UNITA sobre a composição da Comissão Nacional Eleitoral (CNE) foram rejeitados pelo Tribunal Constitucional.