Politica
UNITA insta Governo a recuperar objectos da comissão das vitimas de conflitos
A UNITA reagiu nesta sexta-feira à deslocação da Comissão para as Vítimas dos Conflitos Políticos (CIVICOP) à localidade da Jamba no Cuando Cubango para a exumação dos corpos instando o governo a recuperar o objecto da sua criação.
Em comunicado a que o Correio da Kianda teve acesso, datado de 4 de Agosto, aquela formação política refere que o seu apelo para a recuperação do objecto está enquadrado no âmbito da pacificação dos espíritos e de reconciliação e retomar a metodologia já aprovada, a fim de se credibilizar os resultados da sua criação.
De acordo com o documento do Secretariado Executivo do Comité Permanente da Comissão Política, a UNITA tomou conhecimento pelos seus representantes na CIVICOP, que a Comissão não reuniu os seus membros e que estes foram surpreendidos pelas notícias passadas pela TPA e RNA, nos dias 02 e 03 do mês corrente, sobre uma operação dirigida pelo chefe dos serviços de inteligência, para as buscas e escavações em sítios presumíveis de deposição de restos mortais nas áreas do sudeste do Cuando Cubango.
“A UNITA insta à CIVICOP a recuperar o objecto da sua criação, no âmbito da pacificação dos espíritos e de reconciliação e retomar a metodologia já aprovada, a fim de se credibilizar os resultados da sua criação”, lê-se no documento.
Adverte, por outro lado, que a equipa em operação no referido território incorre em violações técnicas, metodológicas, científicas, de falta de transparência, “porque os sítios ficam viciados e sem as necessárias testemunhas no quadro da CIVICOP, que deveriam validar os resultados dessa operação”.
Para a UNITA, a operação que decorre na Jamba neste momento, parece-se mais com uma actividade de propaganda política e não a busca do apaziguamento de espíritos, de acordo com os princípios abraçados pela CIVICOP – Comissão para a Implementação do Plano de Reconciliação em Memória das Vítimas dos Conflitos Políticos, cujo lema é Abraçar e Perdoar.
“Mais uma vez se demonstra por estas acções o quanto as Instituições Angolanas estão mal servidas de intérpretes, que não se reconciliam consigo próprios e que se mostram incapazes de construírem um verdadeiro Estado Democrático e de Direito, com uma cultura de Diálogo e de Paz”, termina o comunicado.