Politica
UNITA fala sobre ossadas de Tito Chingunji, Wilson dos Santos e António Dembo
A UNITA reagiu nesta terça-feira, 12, acerca da informação veiculada pela imprensa pública sobre o destino incerto dado aos restos mortais dos antigos dirigentes do galo negro, mortos em 1991, segundo aquela fonte, supostamente a mando do seu líder fundador Jonas Savimbi.
Falando em exclusivo à Rádio Correio da Kianda, o representante da UNITA na Comissão para Implementação do Plano de Reconciliação em Memória das Vítimas dos Conflitos Políticos (CIVICOP), Eugénio Ngolo Manuvakola, disse que a informação não corresponde com a verdade, e falou que a mesma foi veiculada por elementos alegadamente estranhos da Comissão que visam promover “Abraçar e perdoar” às vítimas dos conflitos, mas violam os decretos presidenciais.
Manuvakola disse, por outro lado, que ele não domina o destino dado as ossadas de Tito Chingunji e Wilson dos Santos, porque não fazia parte da BRIND, então órgão dos serviços secretos da UNITA, que, segundo avançou, “foram integrados nos Serviços Secretos do Estado (SINSE), à luz dos acordos de paz”, revelou.
De acordo com a fonte da Televisão Pública de Angola (TPA), os dois dirigentes da UNITA mortos, Tito Chingunji e Wilson dos Santos, os corpos das vítimas foram queimados e as ossadas trituradas para que não se pudesse ter qualquer vestígio dos cidadãos em causa, por orientação expressa de Jonas Savimbi, quatro dias depois de serem inumados para se aferir de facto se estivessem mortos.
Com esse cenário, embora tenha sido localizado o local da sepultura, a referida comissão vê-se incapaz de poder fazer a entrega das ossadas às respectivas famílias, com vista à realização de um funeral condigno dos seus membros por conta da situação ora descrita.
O político Eugénio Ngolo Manuvakola lamentou o facto de algumas pessoas (não identificadas) transformarem o objecto social da CIVICOP em instrumento político junto da TPA, num debate exclusivo, e disse que, nas condições actuais, devido as precipitações pluviométricas, “ninguém pode ir à Jamba fazer escavações, nem aqui mesmo em Luanda onde a chuva tem caído intensamente”, disse.
Questionado enquanto membro da CIVICOP, se àquele órgão já tem agenda de localizar e inumar as ossadas do então Vice-Presidente da UNITA, Antônio Dembo, Eugénio Manuvakola disse que o seu partido não controla nenhum espaço territorial.
“O estado angolano, no âmbito da soberania, tem 100% do território. Cabe ao estado localizar e inumar não só as ossadas de Dembo mas também de outros dirigentes, como Jeremias Chitunda, entre outras vítimas de conflitos”, concluiu o também general na reforma.