Politica
UNITA considera “maliciosas” palavras de João Lourenço
A UNITA, maior partido da oposição em Angola, considerou “insultuosas, maliciosas e provocadoras” as palavras do Presidente da República, João Lourenço, que disse “esperar que o Presidente da UNITA desta vez viesse para ficar”, proferidas durante a sessão de tomada de posse de Isaías Samakuva, como membro do Conselho da República.
Este pronunciamento do partido consta num comunicado do Comité Permanente da Comissão Política da UNITA, que apreciou, entre vários outros assuntos, as palavras de João Lourenço, durante uma reunião realizada, ontem, nas instalações do SOVSMO em Viana, onde abordou, igualmente, a situação política, económica e social do país, com realce para as matérias relacionadas a vida interna do partido, motivadas pela aplicação do Acórdão Nº 700/2021 do Tribunal Constitucional.
“O Comité Permanente considerou essas palavras como sendo insultuosas, maliciosas e provocadoras, vindas de um homem que confunde a sua função de chefe de Estado com o papel de Presidente do seu partido”, lê-se no comunicado divulgado hoje.
No mesmo artigo, a força política acusa João Lourenço de criar instabilidade no seio do partido e de ser o cabeçalho do acórdão político do Tribunal Constitucional que anulou o congresso que elegeu Adalberto Costa Júnior como Presidente da UNITA para concorrer as eleições gerais do próximo ano.
“Com essas palavras, João Lourenço procedeu a mais uma interferência aberta na vida interna da UNITA, provando a todos os angolanos e à comunidade internacional que foi ele o verdadeiro instigador do Acórdão político No. 700/2021 do Tribunal Constitucional, com o fim evidente de criar instabilidade no seio do maior partido da oposição”, acusa o partido.
Apesar disso, a UNITA declara a todos os angolanos que sairá na mão de cima dessa investida que está a sofrer por parte de João Lourenço, pois, diz o comunicado, “enquanto houver o Povo Angolano nada conseguirá impedir a nossa entrega ao bem estar de todos os cidadãos.
“Además, pensar que, humilhando o Presidente Samakuva se consegue fomentar uma rebelião interna, é não conhecer a UNITA. Tenha o nome que tiver o Presidente da UNITA, ele será defendido por todos os militantes do partido”, refere o documento.