Politica
UNITA alerta para surto de cólera e critica prioridades na Saúde em Angola
O Governo Sombra da UNITA manifestou preocupação com o surto de cólera registado no país desde o dia 07 de Janeiro, data em que foi confirmado o primeiro caso pelo Ministério da Saúde.
Num comunicado de imprensa divulgado esta segunda-feira, o Ministério da Saúde do Governo Sombra da UNITA afirmou que os surtos recorrentes de cólera em Angola são consequência directas da inversão de prioridades no sector da saúde.
De acordo com o mesmo documento, é lamentável que, a menos de cinco anos do prazo final da Agenda 2030 dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), o país continue a registar casos de cólera, uma doença considerada como resultado do mau saneamento do meio e da extrema pobreza.
“O país está de marcha contrária em relação aos compromissos internacionais. Lembrar que foi há 8 anos que o país registou o último surto de cólera, afectando as províncias de Cabinda, Luanda e Zaire com um total de 252 casos e 11 mortes, entre 2016 e 2017, facto que reflecte regressão acentuada da qualidade de vida das famílias nos últimos anos e consequente desestruturação do tecido social a nível das comunidades, aspecto que contraria os ODS”, lê-se na nota.
O maior partido da oposição em Angola observa ainda que o surgimento desta doença está intrinsecamente ligado às falhas na distribuição de água potável à população.
O ministério em referência acredita que o país tem todas as condições para erradicar a cólera, tendo avançado algumas medidas preventivas e de combate, que, segundo o mesmo, são de aplicação urgente.
“É necessário fortalecer o fomento da informação sobre a cólera a nível das comunidades mais vulneráveis, porque se melhorarmos o conhecimento por parte das populações, concernente ao tratamento adequado da água para o consumo, minimizaremos o risco da disseminação da doença”, considera o documento.
Segundo o boletim epidemiológico divulgado este domingo, Luanda e Bengo somam um total de 224 casos positivos, 32 dos quais comprovados laboratorialmente, mas dos 12 óbitos apenas um ocorreu no hospital.