Politica
UNITA acusa João Lourenço de inviabilizar a institucionalização das autarquias
O presidente da UNITA, Adalberto Costa Júnior, acusou ontem, o Presidente da República, João Lourenço, e da Assembleia Nacional, Fernando da Piedade Dias dos Santos, de retardarem a condição social e económica do país, por não demonstrarem vontade política na aprovação da institucionalização da lei autárquica.
Adalberto Costa Júnior, que discursava no acto de abertura do congresso da LIMA, disse que o governo tem se acobertado na problemática da pandemia para não realizar as eleições autárquicas.
“O desafio nacional mais imediato é seguramente de nos prepararmos para enfrentarmos as eleições autárquicas, fazendo quanto antes, não importa as manobras e contorcionismos com que o governo e o partido no poder estejam a fazer”, disse.
“Não somos ingênuos para não presumirmos que o atraso que estamos a verificar tem relação com a pandemia da covid-19″.
“Estamos a ser vítimas de um processo de atraso deliberado que se acoberta e se justifica na pandemia para que as eleições não tenham lugar no devido tempo”, criticou.
O líder da UNITA mostrou-se preocupado com a excessiva institucionalização da Assembleia Nacional, considerando que está refém do MPLA.
“É muito preocupante a condição de refém e de culpa institucional e instrumental a qual se encontra a Assembleia Nacional, continuamente impedida de agendar a proposta de lei da institucionalização das autarquias locais”, falou.
O político acusa o presidente e a Assembleia Nacional de retardarem o desenvolvimento da condição social e económica do país, por não demostrarem vontade de realizar as eleições autárquicas.
“É a negação da vontade dos angolanos que vai directo aos titulares dos órgãos de soberania, o Presidente da Republica e a Assembleia Nacional, que deste modo, não realizam interesses nacional retardando com elevados custos e com elevados danos a solução já desastrosa a condição social e econômica do nosso país”, lamentou.
Disse também que a proposta de lei sobre a institucionalização das autarquias locais já está pronta e a ser votada desde 2018, e que nunca foi agendada nem votada durante o ano legislativo de 2018 e de 2019, “por falta de vontade política”.
Na ocasião, o líder do Galo Negro convidou as mulheres filiadas ao seu partido para ajudarem e contribuírem com ideias produtivas, no capítulo do desenvolvimento social e humano e do crescimento económico. Ideias que projectem um desenvolvimento socioeconómico equilibrado e de gênero.
Congresso da LIMA
Mulheres no poder
Adalberto Costa Júnior desafiou as mulheres da LIMA em todo país, a apresentarem candidaturas para as autarquias locais.
“Aproveitamos a ocasião para desafiarmos as mulheres para apresentarem as suas candidaturas às autarquias locais”.
“Fazendo saber que a UNITA não tem uma visão isógina em questões de governação, discriminando as mulheres e atribuindo os papéis menores, por acharmos que elas não estão em altura de competir com os homens em certas tarefas ou funções”, disse.
De recordar que o VI Congresso Ordinário da LIMA, arrancou ontem, vai até hoje, decorrendo em formato de regiões, transmitidas por videoconferências, por causa da covid-19. As delegadas estão nas oitos regiões do país.
Concorrem à liderança da LIMA a presidente cessante, Helena Abel Bonguela, a secretária para comunicação e marketing e porta-voz, Manuela dos Prazeres e a membro do Comité Nacional, Domingas Njungulu. A eleição da nova presidente da LIMA acontece hoje.
O acto de abertura do VI Congresso Ordinário da LIMA contou com momentos culturais, em que se destacou a declamação de trechos de intervenções e pensamentos do fundador do partido, Jonas Savimbi. Também contou com a intervenção da JURA, braço juvenil UNITA, na voz do seu secretário geral, Agostinho Kamuango.