Único candidato revela regressão democrática no PRS, defende especialista

Arrancou esta terça-feira, 01, em Luanda, o V Congresso do PRS, um dia depois do Tribunal Constitucional ter considerado a acção principal movida pelo militante Sapalo António de “Extinta a instância por inutilidade superveniente da lide nos termos da alínea e) do artigo 287 do Código de Processo civil”.

No seu discurso de abertura, o Presidente cessante e candidato à sua própria sucessão, Benedito Daniel, começou por fazer o rescaldo do mandato findo, tendo ressaltado a dignificação dos quadros do PRS, com meios de trabalho e de formação cujos resultados estão a vista de todos.

O político esclareceu sobre o Acórdão 880º do Tribunal Constitucional, em resposta da providência cautelar que, esteve na base do adiamento do congresso, inicialmente aprazado para Abril deste ano.

Neste contexto, Benedito disse que as condições estão criadas para a realização do V Congresso, “que revela festa de democracia, onde não há lugar para o ódio”.

O político disse que o PRS vive um momento que exige verticalidade para resolver os problemas internos, com vista a evitar danos ao partido, por isso, Benedito pediu união entre todos os membros daquela formação política.

Trinta e dois anos depois, o PRS considera que, as divergências nas organizações é natural.

Sobre o assunto, o politólogo Almeida Pinto, disse que um único candidato num congresso não revela democracia e é representação regressão.

Almeida Pinto pensa que, os actores políticos estão a perder a capacidade de gestão dos problemas dos partidos, e estão a deixar a juventude a depreciar-se da política por causa dos mais velhos que investem nas intrigas, conflitos e calúnias, maculando a política doméstica.

O Director do Gabinete dos Assuntos dos Partidos Políticos do Tribunal Constitucional, Mauro Mendes, testemunhou abertura do certame. Na ocasião, disse que não compete aquele órgão comentar nem intervir no processo dos candidatos à liderança do partido, mas, o Tribunal Constitucional deverá avaliar o processo depois do conclave.

O PRS tem a obrigação de depositar todo dossier para avaliar os actos se estão em conformidade com a CRA e da Lei, para aferição e anotação.

Mauro Mendes negou que o Tribunal Constitucional tenha indeferido o processo movido por Sapalo António, um dia antes do arranque do V Congresso do PRS.

Arrancou nesta terça-feira o V Congresso do PRS, que poderá reeleger Benedito Daniel na próxima quinta-feira para o segundo mandato.