Mundo
Uma polícia para o mundo, precisa-se
Situação como a que a Rússia impôs à Ucrânia, a questão de Israel com diversos grupos terroristas, golpes de Estado e eleições fraudulentas, são fenómenos que devem ser travados, e talvez só a força pode contrariar estes imbróglios que se vêm multiplicando pelo Planeta adentro.
O mundo está em chamas, completamente tomado por conflitos, desde militar e políticos. Os poderosos estão a tornar o Planeta numa selva em que apenas vale a lei e a vontade do mais forte.
A situação está verdadeiramente assustadora. E só uma autoridade forte sobre todas as outras poderá restaurar a paz e a tranquilidade.
Por exemplo, há anos que os israelitas se debatem com Estados árabes, e com a proliferação de grupos terroristas árabes, que procuram extinguir os judeus do Médio Oriente.
Forte como é, Israel tem conseguido sobreviver desde 1948, data em que proclamou sua independência, concebendo um Estado que se tornou num dos mais prósperos e poderosos do mundo.
Com a sua força e agilidade, Israel tem repelido todos, sendo que nalgumas vezes as suas reacções são tidas como desproporcionais, como é o caso do presente conflito que o opõe ao Hamas, grupo que governa a Faixa de Gaza, e que iniciou o conflito ao perpetrar uma incursão militar em território israelita, matando 1.200 pessoas, além de fazer reféns mais de duas centenas de pessoas de diferentes nacionalidades.
Por um lado, o mundo, através das Nações Unidas, revela-se incapaz de retirar as armas a grupos terroristas que operam no Médio Oriente, e que permanentemente ameaçam a existência de Israel; revela-se ainda incapaz de desarmar grupos militares como os Houthis, que administra parte significativa do Iémen, em oposição ao governo, bem como o Hezbollah, que igualmente governa o Líbano, em paralelo com o governo legítimo. Por outro lado, o mundo é incapaz de demover Israel de suas investidas literalmente contundentes.
O mesmo cenário é vivenciado em África, com destaque para a Líbia e o Sudão. O mundo dera uma resposta inequívoca a Muamar Kadhafi, quando este optara por assassinar os seus próprios concidadãos que já não o queriam no poder. Entretanto, os mesmos líderes mundiais já não foram capazes de devolver a paz e o desenvolvimento ao povo líbio, após a queda de Kadhafi, deixando o país dividido entre dois governos, uma desordem completa.
O Sudão está igualmente tomado por uma guerra fratricida, imensamente violenta, embora longe dos holofotes. E da ONU ouve-se apenas apelos e nada mais concreto capaz de travar o imbróglio.
A Rússia, por decisão de seu presidente Vladimir Putin, invadiu a Ucrânia, violando a carta das Nações Unidas, concernente à integridade territorial, e a soberania dos Estados. Mais do que isso: atrelou para a sua geografia parte significativa do território ucraniano. Da ONU ouve-se apenas apelos a contenção etc, etc.
Nos últimos quatro/cinco anos, o continente africano vem experimentando nova onda de golpes de Estado. Houve no Mali, Burkina Faso, Níger e no Gabão. Da ONU, a maior tribuna política mundial, sai apenas relatórios e apelos para o regresso à ordem constitucional, e nada dissuasor que possa levar os responsáveis dos golpes a desistirem de seus intentos… E no âmbito estritamente político, ligado às disputas pelo poder, cresce o sentimento de impunidade relativamente à prática de fraudes eleitorais, motivada pelo desejo de perpetuação no poder.
A lista de líderes cuja reeleição esteja envolta em escândalos de fraude eleitoral é vasta, pelo que nos incidimos apenas ao facto mais recente, o da Venezuela.
De acordo com o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela, Nicolas Maduro, o presidente cessante, venceu as eleições presidenciais com 51% dos votos, tendo o seu opositor captado 44%.
No entanto, os resultados foram rejeitados pela oposição que apresentou 80% das actas eleitorais num website, cujo cálculo aponta para 67% dos votos a favor de seu candidato. O CNE, entretanto, revela-se incapaz de publicar as actas que dão vitória a Nicolas Maduro.
Apesar do apelo de exposição das actas para que o resultado eleitoral seja aceite pelo resto do mundo, e iniciar-se, como da praxe, o processo de cooperação bilateral com quem venceu as eleições, o CNE e Nicolas Maduro são incapazes de trazer à hasta pública os documentos que testificam a vontade popular, e, despido de vergonha, com o apoio de militares, Maduro permanece no poder.
Mais de duas mil pessoas já foram detidas por protestar pela verdade eleitoral, além das mortes que se registam. Da ONU saem apelos… apenas isso.
Portanto, em face a tudo isso, o mundo precisa de uma força (uma espécie de polícia global) capaz de impor sobre todas as outras.
Por exemplo, um episódio de ficção científica policial, de origem norte-americano, intitulado: ‘Blindspot’, publicado em 2015, conta a história de uma rede secreta, que tinha como objectivo acabar com o sistema corrupto americano, em primeira instância, e a seguir a nível mundial.
O líder, que conseguiu a proeza de infiltrar quadros relevantes no FBI e na CIA, tinha o plano de adquirir terras vastas, e delas conceber um exército superior a todos os outros, sendo que os futuros militares seriam crianças conseguidas em várias partes do mundo, e beneficiariam de treinamento especializado até à idade adulta. No fundo, era produzir um monstro-homem sem emoções, unicamente vocacionado a cumprir ordens. A qualificação não seria apenas de arma e artes marciais, mas também de alta tecnologia.
O que o líder do grupo referenciado no referido episódio desejava, e o dizia com frequência aos colaboradores mais próximos, era criar uma polícia do mundo verdadeiramente capaz de acabar com o sentimento de impunidade das autoridades que não respeitam os direitos humanos, perpetuação no poder por via de corrupção, da força, e outros males que atrofiam as ordens constitucionais.
Portanto, observando o caminhar do mundo, facilmente se chega a conclusão de que uma polícia global precisa-se.