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Últimas chuvas mataram 42 pessoas em Angola

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A Comissão Nacional de Protecção Civil esteve reunida na manhã desta Quinta-feira, 09 de Janeiro de 2020, no Salão Nobre do edifício sede do Ministério do Interior, sito na Avenida 4 de Fevereiro, em Luanda.

O encontro que juntou os departamentos ministeriais que integram a referida comissão, nomeadamente, Interior, Transportes, Educação, Território e Ordenamento, Energia e Águas e outros, visou analisar, com profundidade, o problema da seca que assolou o sul e centro de Angola, bem como, o drama das chuvas que, nos últimos dias, tem estado a fustigar algumas províncias do país.

O Ministro do Interior, Eugénio Laborinho, na qualidade de coordenador da comissão, abriu a reunião, e foi peremptório em referir que, “contrariamente à seca registada em algumas províncias, nos últimos dias temos vindo a assistir a quedas pluviométricas em proporções elevadas, causando inundações, destruição de infraestruturas e plantações”.

Para Eugénio Laborinho, “a referida pluviosidade tem estado a causar grandes impactos sobre a vida das populações e seus bens, provocando, igualmente, a indisponibilidade de serviços como o fornecimento de água potável e energia eléctrica, corte de vias de comunicação, o que, por seu turno, pode dificultar o crescimento sócio económico do país. As consequências, segundo ele, são mais visíveis nas províncias de Luanda, Bié, Benguela, Huambo, C. Norte e C. Sul, L. Sul e L. Norte, Malange, Namibe, Uíge e Zaire, cujo impacto negativo causou um total de 41 mortos, 2.498 famílias afectadas, correspondendo a 11.990 pessoas que directamente sentiram os efeitos nefastos das enxurradas, 378 residências destruídas, 1.145 residências parcialmente danificadas, 975 residências inundadas, 12 igrejas destruídas e 04 pontes danificadas” sublinhou.

“Como circunstância agravante aos danos acima mencionados, as chuvas estão a criar ravinas, que afectam as províncias da Lunda Norte, Lunda Sul, Uíge, Zaire, Moxico, Cuando Cubango, Malanje e Bié, que estão a progredir de forma assustadora, ameaçando o corte da movimentação por estradas, destruição de infraestruturas, bem como o desenvolvimento destas localidades” concluiu a entidade.

Quanto ao drama da seca que assolou algumas províncias de Angola, o Ministro do Interior diz que as populações assinaladas estão a passar por maus bocados, se olharmos para o estado das coisas.

“Em Angola, registamos, ao longo do ano transacto, na parte sul do país, uma seca severa sem precedentes, cujas consequências afectou as províncias do Cunene, Huíla, Namibe, Cuando Cubango, parte da província do Cuanza Sul, Benguela, provocando danos em 488 localidades, afectando 1.789.376 pessoas, o que representou um total de 355.892 famílias, bem como, 2.246.050 cabeças de gado bovino, 1.200.000 caprinos e ovinos, assim como na morte de 30.823 animais.

Nas províncias acima citadas, a seca atingiu contornos alarmantes, com maior incidência no tecido social das famílias que vivem em zonas rurais afectadas, visto que tornou difícil o desenvolvimento da agricultura e a criação dos animais, devido a falta de água, provocando, desta forma, a escassez de recursos económicos e de alimentação, gerando fome e miséria.

Apesar dos esforços empreendidos por Sua Excelência, Presidente da República, para apoiar as populações afectadas pela seca, continua-se a registar, a nível das províncias já mencionadas, um índice elevado de desnutrição aguda, o abandono escolar e o absentismo dos alunos” rematou o General.

Recorde-se que a reunião que decorre nos primeiros dias do ano novo, 2020, no caso, é a primeira que o actual ministro dirige, depois de ter sido nomeado ao cargo.