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Ucrânia: Polónia abate drones russos e torna-se primeiro membro da NATO a disparar na guerra

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A notícia é avançada pela agência Reuters, dando conta de que a Polónia abateu supostos drones russos que sobrevoavam o espaço aéreo polaco na quarta-feira, com o apoio de aeronaves de seus aliados da NATO, a primeira vez que se tem notícia de que um membro da aliança militar ocidental disparou tiros durante a guerra da Rússia na Ucrânia.

Num vídeo na página da Reuters, o primeiro-ministro polaco, Donald Tusk, aparece a dizer que foi o mais perto que o país chegou de um conflito aberto desde a Segunda Guerra Mundial, embora também tenha dito que não tinha “nenhum motivo para acreditar que estamos à beira da guerra”.

Mais de dez drones russos entraram na madrugada desta quarta-feira, no espaço aéreo polaco em “acto de agressão” e alguns foram derrubados, dizem as Forças Armadas da Polónia.

A emissora alemã DW revela que Caças F-35 da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), especialmente da Força Aérea Real da Holanda, ajudaram a Polónia a garantir a segurança do seu espaço aéreo.

Pelo menos dois drones atingiram o solo, segundo as autoridades da Polônia. Um dos drones caiu no telhado de um edifício residencial em Wyryki, no leste do país, e causou danos materiais leves.

Segundo a imprensa polonesa, os restos do segundo drone foram encontrados na região de Lublin (também no leste) e estão a ser examinados pelos militares.

Donald Tusk, que falava numa numa reunião extraordinária do governo, chamou a violação do espaço aéreo do país por drones russos de “provável provocação em grande escala” e acrescentou que a NATO está levar o caso muito a sério, tendo solicitado à consultas do 4º artigo do tratado da organização, sobre ameaças externas.

Entretanto, o Ministério de Defesa russo comunicou que não houve a intenção de atacar alvos em território polonês, sem no entanto confirmar que os drones entraram no espaço aéreo da Polônia, e acrescentou estar pronto para realizar consultas sobre esse assunto com o Ministério da Defesa polaco.

Na sequência dos ataques, a Polónia convocou o encarregado de negócios da Rússia em Varsóvia, Andrey Ordash, para entregar-lhe uma nota de protesto em que o país considera o episódio como “um acto de agressão”.

Já o ministro alemão da Defesa, Boris Pistorius, disse que os drones que invadiram o espaço aéreo polaco foram enviados com esse propósito e considerou o caso uma provocação, não apenas à Polónia, e inaceitável. Pistorius acrescentou não haver qualquer evidência de que os drones tenham sobrevoado acidentalmente o território polonês.

“Na rota entre Belarus e Ucrânia, não é preciso passar por lá”, sublinhou.

Esta foi a primeira vez que drones russos tiveram de ser derrubados sobre o território de um país-membro da NATO. O presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, disse que a Rússia os lançou deliberadamente contra o território da Polónia.

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